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Pela 1ª vez, EUA anunciam sanções contra presidente da Síria

País já era alvo de medidas, mas nunca antes Bashar Al-Assad em pessoa fora punido.

Por Alessandra Corrêa
Atualização:

O governo americano anunciou nesta quarta-feira a imposição de sanções contra o presidente da Síria, Bashar Al-Assad, por supostos abusos de direitos humanos na repressão de manifestações pró-democracia desde março. A ordem executiva assinada pelo presidente Barack Obama impõe o congelamento de bens e ativos que Assad e outras seis autoridades sírias possuam nos Estados Unidos. Ela também proíbe americanos de fazer negócios com essas pessoas. Os Estados Unidos já adotam uma série de sanções contra autoridades da Síria, mas esta é a primeira vez que o presidente Assad em pessoa é alvo das medidas, no que analistas afirmam ser uma escalada na tensão entre os dois países. Obama disse ter assinado a ordem "para adotar medidas adicionais com respeito à contínua escalada da violência por parte do governo da Síria contra o povo". "Inclusive por meio de ataques contra manifestantes, prisão e perseguição de manifestantes e ativistas políticos e repressão de mudanças democráticas, supervisionada e executada por vários elementos do governo sírio", disse o presidente americano. Protestos No mês passado, o governo americano havia anunciado novas sanções contra autoridades e a agência de inteligência da Síria por causa da repressão aos protestos, na qual centenas de pessoas morreram em confrontos com forças de segurança desde março. Como a Síria proíbe a entrada de jornalistas no país, o número de mortos não pode ser confirmado de forma independente. Grupos de defesa dos direitos humanos e a ONU estimam que cerca de 800 manifestantes tenham sido mortos, número contestado pelo governo sírio. "As medidas que o governo (americano) tomou hoje enviam uma mensagem inequívoca ao presidente Assad, à liderança síria e a integrantes do regime de que eles serão responsabilizados pela violência e repressão em curso na Síria", disse o subsecretário em exercício para Terrorismo e Inteligência Financeira do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, David Cohen, ao detalhar as sanções. Autoridades Além de Assad, são alvo das novas sanções o vice-presidente sírio, Farouk Al-Shara, e o primeiro-ministro, Adel Safar. Também foram incluídos os ministros do Interior, Mohammad Ibrahim Al-Shaar, e da Defesa, Ali Habib Mahmoud, além do chefe do serviço de inteligência militar, Abdul Fatah Qudsiya, e do chefe do diretório de segurança política da Síria, Mohammed Dib Zaitoun. Nesta quarta-feira, antes do anúncio das sanções americanas, Assad admitiu, em entrevista a um jornal sírio, que as forças de segurança do país "cometeram alguns erros" ao responder às manifestações contra o governo. Segundo o presidente sírio, o problema seria a falta de treinamento das forças de segurança para atuar em eventos com a dimensão dos atuais protestos populares, que se espalham por várias cidades do país. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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