PYONGYANG - A Coreia do Norte inaugurou o primeiro congresso do governista Partido dos Trabalhadores em 36 anos nesta sexta-feira, 6, e o líder Kim Jong-un deve consolidar seu controle sobre um país que vem se isolando cada vez mais em razão de sua busca por armas nucleares.
Pyongyang alardeou "resultados triunfantes" antes do evento e disse que os progressos nos programas nuclear e de mísseis balísticos, realizados em desafio às sanções da Organização das Nações Unidas (ONU), são "os maiores presentes" para o raro congresso partidário.
Kim afirmou que os testes nucleares e de mísseis realizados por seu regime foram "um sucesso". O discurso, cujo conteúdo só foi divulgado pelos meios de comunicação estatais 12 horas depois do início do evento, ocorreu em meio a um momento de forte tensão entre Coreia do Norte e a comunidade internacional após os testes nuclear e de mísseis realizados por Pyongyang no começo do ano.
O líder norte-coreano inaugurou o Congresso do Partido dos Trabalhadores, que não acontecia desde 1980, em meio a uma enorme expectativa e de sigilo das autoridades norte-coreanas.
Portando um terno escuro e gravata, Kim reconheceu que a Coreia do Norte atravessa "momentos turbulentos" e ressaltou as tensões na península coreana, embora tenha apontado que estes problemas serão superados com "a unidade do Partido e do Exército".
O Congresso conta com a participação de 3.467 delegados. Veículos de imprensa estatais retransmitiram um discurso de 15 minutos de duração, em que o líder mencionou várias vezes seu pai e seu avô, Kim Il-sung e Kim Jong-il, respectivamente, destacando as conquistas da dinastia.
O Conselho de Segurança da ONU puniu os testes nuclear e de mísseis com a resolução 2270, que impôs à Coreia do Norte fortes sanções financeiras e comerciais, enquanto EUA, Coreia do Sul e Japão ditaram unilateralmente medidas punitivas adicionais para tentar afogar a economia norte-coreana. /Reuters e EFE