Pelo menos 100 pessoas sequestradas em instituto em Bagdá

Seqüestradores vestidos de policiais fecharam as ruas ao redor durante a ação, que durou 20 minutos no Ministério de Educação Superior e Pesquisa Científica

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Por Agencia Estado
Atualização:

Homens armados vestidos como policiais iraquianos seqüestraram até 150 funcionários de um instituto de pesquisa do governo no centro de Bagdá nesta terça-feira de manhã, no mais audacioso ataque à comunidade acadêmica do país. Alaa Makki, chefe do comitê de educação do parlamento, interrompeu a sessão do corpo para dizer que entre 100 e 150 pessoas, tanto xiitas quanto sunitas, foram seqüestradas em ataque às 9h30. Ele instou o premier e os ministros do Interior e da Defesa a responder rapidamente o que ele classificou como "uma catástrofe nacional". Makki disse que os seqüestradores tinham uma lista dos nomes daqueles que deveriam ser levados, e afirmaram estar em uma missão do corpo anticorrupção do governo. Entre os seqüestrados estão os vice-diretores gerais, empregados e visitantes. A polícia e testemunhas afirmam que os seqüestradores fecharam as ruas ao redor durante a ação, que durou 20 minutos no Ministério de Educação Superior e Pesquisa Científica, no distrito central de Kadarrah. O instituto é responsável por fornecer bolsas de estudo a professores e estudantes que querem estudar no exterior. O porta-voz da polícia Mahir Hamad disse que toda a operação demorou cerca de 20 minutos, Quatro guardas do instituto não ofereceram resistência e estavam desarmados, afirmou. Testemunhas, incluindo uma professora que visitava o local na hora do seqüestro, afirmaram que homens armados forçaram homens e mulheres a entrar em salas separadas, algemaram os homens, e os colocaram em caminhonetes. A professora afirmou que os seqüestradores, alguns com máscara, vestiam uniformes azuis do tipo usado por comandos de polícia. Milícias xiitas e outros grupos ilegais são conhecidos por usar uniformes da polícia e do exército, falsos ou roubados. O seqüestro foi o mais audacioso de uma série de assassinatos e outros ataques tendo como alvo acadêmicos iraquianos, o que está causando a fuga de milhares de professores e pesquisadores para países vizinhos para escapar da violência sectária. Nas últimas semanas um proeminente geólogo foi assassinado, elevando o número de mortos entre educadores para 155 desde o início da guerra. Os acadêmicos aparentemente foram escolhidos por seu relativo status público, vulnerabilidade, e posições conhecidas em questões controversas, em um clima de acirramento do fundamentalismo islâmico.

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