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Pelo menos 156 morrem em protestos de muçulmanos na China

Polícia acusa manifestantes de tumulto que feriu mais de 800; minoria étnica atribui violência ao governo chinês

Atualização:

Pelo menos 156 pessoas morreram e mais de 800 ficaram feridas durante um tumulto na província de Xinjiang, no oeste da China, onde um grupo de manifestantes muçulmanos da etnia uigur entrou em choque com a polícia no domingo, segundo informações do governo do país.

 

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video Vídeo com os protestos (no YouTube)

 

Segundo a BBC, outras centenas de pessoas foram presas durante o incidente. As autoridades dizem que os manifestantes destruíram carros e atacaram ônibus e transeuntes. Segundo a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, a polícia conseguiu restabelecer a ordem em seguida. Mas líderes uigures exilados acusam os policiais de terem aberto fogo indiscriminadamente durante o que chamaram de "um protesto pacífico".

 

As manifestações, nas quais participavam entre mil e 3.000 pessoas, ocorreram depois que dois migrantes uigures teriam sido mortos por um homem da etnia han (maioria na China) em uma briga, no mês passado, em uma fábrica na cidade de Shaoguan, na província de Guangdong, no sul da China. O confronto teria deixado ainda 118 feridos. A briga teria sido provocada por rumores de que trabalhadores uigures teriam estuprado duas meninas da etnia Han. A polícia afirmou que prendeu o chinês responsável por espalhar o falso boato em um site depois de ter perdido o emprego na fábrica.

 

Mas o governo de Xinjiang atribuiu a onda de violência do domingo à empresária Rebiya Kadeer, líder uigur que vive no exílio nos Estados Unidos. "Uma investigação inicial mostrou que a violência foi idealizada pelo Congresso Mundial Uigur, liderado por Rebiya Kadeer, e de inclinação separatista", disse o governo chinês em um comunicado, de acordo com a agência Xinhua. Mas o vice-presidente da Associação Americana Uigur, Alim Seytoff, condenou o que chamou de "ações de mão pesada" das forças de segurança chinesas. "Pedimos à comunidade internacional para condenar a morte de uigures inocentes pela China", afirmou Seytoff.

 

A província de Xinjiang é majoritariamente muçulmana, e a comunidade uigur reclama do domínio do governo central chinês. Já o governo acusa separatistas uigures baseados em outros países de orquestrarem ataques contra chineses da etnia han, que representam cerca de 90% da população do país.

 

Texto atualizado às 14h52.

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