Pelo menos 20 morrem em explosão de avião na Indonésia

Testemunhas dizem que fogo começou na roda e se alastrou rapidamente

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Por Agencia Estado
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No início da noite desta terça-feira, um Boeing 737-400 da companhia estatal Garuda, com 133 passageiros e 7 tripulantes a bordo, explodiu ao pousar no aeroporto de Yogyakarta, na Ilha de Java. Um funcionário do aeroporto, Yos Biantoro, afirmou que pelo menos 20 pessoas morreram. Vários funcionários do governo australiano também estavam a bordo. "Antes do pouso, senti que o avião balançou muito", disse um passageiro sobrevivente à TV local RCTI. "Saímos da pista e aí ouvi uma explosão e corri para uma saída de emergência", acrescentou. "Muitos passageiros ficaram bloqueados a bordo." Outro passageiro, Dien Syamsudin, também descreveu o balanço incomum antes da aterrissagem. "De repente, surgiu fumaça na fuselagem", acrescentou. "Vi um estrangeiro com as roupas em chamas. Eu pulei pela saída de emergência. Graças a Deus sobrevivi." As autoridades investigam a causa da tragédia. Em menos de 24 horas, duas tragédias causaram pelo menos 78 mortes na Indonésia. Na segunda-feira, um terremoto atingiu a Ilha de Sumatra, deixando 70 mortos e centenas de feridos. O terremoto, por sua vez, também foi sentido nas vizinhas Malásia e Cingapura, onde edifícios mais altos chegaram a ser esvaziados. Segundo o Centro de Estudos Geológicos dos Estados Unidos, o abalo atingiu 6,3 graus na escala Richter (que mede a magnitude dos terremotos) e foi seguido de outro, de intensidade ligeiramente inferior. O local mais afetado pelo terremoto foi a cidade de Solok, localizada a cerca de 30 quilômetros do epicentro do tremor. Entre as vítimas nessa cidade estão duas crianças - soterradas quando um edifício de dois andares desabou sobre um playground - e três integrantes de uma família que morreram em um incêndio. Na cidade de Payahkumbuh, muitas lojas do centro vieram abaixo, deixando dezenas de pessoas sob os escombros. Outras centenas de prédios tiveram suas estruturas danificadas em todo o oeste do país, segundo o chefe da polícia indonésia, Budi Sarwono. Os funcionários dos hospitais trataram os pacientes ao ar livre, por causa do risco de novos tremores, e em muitas regiões a eletricidade foi cortada. Com medo de um tsunami, milhares de indonésios abandonaram suas casas e se refugiaram em áreas mais altas. "Minha casa pode cair a qualquer momento", disse Imelda Kusmawati enquanto se preparava para passar a noite em um acampamento do Exército indonésio com seus dois filhos e outros seis parentes. "Ainda estou traumatizada e muito preocupada com a possibilidade de novos tremores." Maior arquipélago do mundo, a Indonésia é extremamente suscetível a desastres naturais por causa de sua localização, numa região do Oceano Pacífico repleta de vulcões e onde há intenso movimento de placas tectônicas. Em dezembro de 2004, um tsunami matou 230 mil pessoas em vários países asiáticos, 160 mil delas na região costeira do norte de Sumatra. No ano passado, um terremoto deixou ao menos 5 mil mortos e destruiu 150 mil casas na cidade de Yogyakarta. O terremoto de ontem aconteceu a 900 quilômetros da populosa capital indonésia, Jacarta. À noite, o porta-voz do governo, Hasrul Piliang, alertou que o número de mortos deveria aumentar porque muitos corpos ainda estavam sendo encontrados em meio aos escombros ou em áreas remotas da ilha. Segundo uma porta-voz das Nações Unidas, Michele Montas, a organização está preparada para concentrar os esforços internacionais para ajudar o governo da Indonésia a prestar socorro à população atingida pelo terremoto. "A ONU já entrou em contato com o governo de Jacarta para informar que pode apoiar os esforços de socorro e liberar recursos dos fundos de emergência", afirmou Michele.

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