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Pelo menos 25 pessoas morreram em atentado em Bogotá

Por Agencia Estado
Atualização:

Subiu hoje para pelo menos 25 o número de mortos na explosão de um carro-bomba em um dos clubes mais exclusivos de Bogotá, no fim da noite de sexta-feira. A unidade antiterrorismo da procuradoria-geral colombiana atribuiu a autoria do atentado no El Nogal Club às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Mais de cem pessoas ficaram feridas. O atentado fez crescer o medo entre os colombianos de que os guerrilheiros esquerdistas estejam cumprindo a ameaça de atacar alvos das "classes dominantes". O El Nogal Club, um prédio de dez andares no norte de Bogotá, é um símbolo de riqueza e poder na Colômbia. Freqüentado por políticos e altos executivos, tem vários restaurantes e bares, um minicampo de golfe, ginásio esportivo e apartamentos para sócios pernoitarem. Equipes de resgate continuavam hoje retirando corpos dos escombros em que se transformou boa parte do clube. O carro-bomba foi provavelmente estacionado no terceiro andar. A explosão fez ruir o chão de um dos andares e lançou blocos de tijolos e alvenaria na movimentada avenida fronteiriça ao El Nogal. Um grupo de crianças estava fazendo uma apresentação de balé no clube e várias delas estão entre os feridos. "Foi uma explosão tremenda, pensei que um avião houvesse caído na avenida", disse Luis Moreno, que mora em frente ao El Nogal. O presidente colombiano, Álvaro Uribe, chegando ao local fez um apelo "ao mundo" para que cesse a tolerância aos grupos guerrilheiros e ao consumo de cocaína. "Esta tragédia é filha da combinação de drogas e violência", disse Uribe. "Enquanto muitos países tolerarem o consumo de drogas, a lavagem de dinheiro e armarem a violência desses grupos, estarão produzindo tragédias como esta", disse o presidente. Na semana anterior, em entrevista à revista americana Newsweek Uribe afirmara que os Estados Unidos deveriam considerar o problema da guerrilha e tráfico na Colômbia com a mesma gravidade que a ameaça do Iraque representa para o mundo. A explosão no El Nogal Club foi o pior atentado terrorista na Colômbia desde que o cartel de drogas de Medellín, do chefão Pablo Escobar, aterrorizou o país com arrasadores atentados a bomba e assassinatos no fim dos anos 80 e começo dos 90. Com a onda de terror, Escobar, morto pela polícia em 1993, tentava evitar sua extradição para os Estados Unidos, onde seria julgado por tráfico de cocaína. O atentado contra o clube foi o segundo a agitar a Colômbia nos últimos dias. Na quinta-feira, um pequeno avião no qual viajava o ministro da Previdência, Juan Luis Londoño, e mais quatro pessoas desapareceu durante um vôo doméstico. Na sexta-feira, supostos rebeldes dispararam contra um helicóptero que procurava o avião nos Andes colombianos. O helicóptero levou quatro tiros, mas retornou a salvo à base e ninguém foi ferido. O porta-voz da aviação civil Martin Gonzalez disse que as buscas vão continuar apesar dos perigos na região, controlada por rebeldes das Farc.

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