Pelo menos 80 mortos em choques na Costa do Marfim

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Por Agencia Estado
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O governo da Costa do Marfim deu um ultimato aos soldados rebeldes que ainda não se renderam, após a tentativa de golpe de quinta-feira. O ministro da Defesa, Moise Kouasi, exigiu que eles entreguem suas armas. Os soldados rebeldes tentaram tomar o poder, no que o governo diz ter sido uma tentativa frustrada de golpe, segundo informa a BBC em seu site em português . O ultimato do governo parece ser também uma tentativa de libertar o ministro dos Esportes, François Amichia, feito refém por soldados amotinados Amichia havia dito que os rebeldes estavam prontos para negociar com o governo. Mortos e feridos O levante de soldados ocorreu em pelo menos três cidades do país, inclusive o centro econômico, Abidjan. Relatos dão conta de que pelo menos 80 pessoas teriam morrido e mais de 150 teriam ficado feridas durante os conflitos. O ministro do Interior, Emile Doudou, está entre as vítimas. A TV estatal mostrou imagens do corpo do homem que o governo acusa de ter organizado o levante - General Robert Guei -, que já havia tomado o poder num golpe, há três anos. O porta-voz do parlamento do país, Mamadou Koulibaly, disse à BBC que os combates terminaram na cidade principal, Abidjan, mas reconheceu que os amotinados ainda mantinham o controle sobre Bouake, onde Amicha foi detido. O correspondente da BBC em Abidjan, Paul Welsh, disse que houve tiroteios esporádicos durante a noite, e que a situação na cidade ainda é volátil. O primeiro-ministro do país, Pascal Affi N´Guessan, convocou a população a voltar ao trabalho. O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbabo, que está na Itália, cancelou um encontro com o papa João Paulo II e está voltando ao país. Jogadores de três seleções nacionais de futebol - do Senegal, Gâmbia e Serra Leoa - estão entre as pessoas que não puderam sair de Bouake devido ao conflito. Os times participariam de um torneio que acabou sendo suspenso. História A Costa do Marfim, ex-colônia francesa, teve a reputação de país estável destruída por um golpe em 1999, quando os militares derrubaram o então presidente, Henri Konan Bedie. Desde então, o país vem voltando à normalidade, apesar de vários rumores de tentativas de golpes e levantes do Exército. Presidente Gbagbo chegou ao poder depois de eleições conturbadas no fim de 2000. A Costa do Marfim é um importante exportador de cacau e é a terceira economia da região subsaariana da África.

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