Pence promete sanções mais duras dos EUA contra Coreia do Norte

Em visita ao Japão, vice-presidente americano diz que medidas, prometidas para 'muito em breve', serão as mais ofensivas já adotadas contra o regime de Kim Jong-un e promete não permitir que Coreia do Norte sequestre mensagem e imagens da Olimpíada

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TÓQUIO - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou nesta quarta-feira, 7, que Washington revelará em breve as sanções econômicas mais duras já adotadas contra a Coreia do Norte e prometeu impedir que Pyongyang "sequestre" os Jogos Olímpicos de Inverno.

Vice-presidente dos EUA vai aos Jogos de Inverno com mensagem dura para Coreia do Norte

Durante uma visita ao Japão antes de comparecer à cerimônia de abertura dos Jogos de Inverno na Coreia do Sul, Pence destacou que seu país "intensificará a campanha de máxima pressão" sobre o regime norte-coreano, em conjunto com o governo de Tóquio.

No Japão, vice-presidente americano, Mike Pence, afirmou que apesar de acordo pelos Jogos Olímpicos, mundo não deve se esquecer das atrocidades cometidas pela Coreia do Norte Foto: REUTERS/ Kiyoshi Ota/Pool

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"Anuncio hoje que os Estados Unidos revelarão muito em breve as sanções econômicas mais duras e mais ofensivas já adotadas contra a Coreia do Norte", declarou Pence, ao lado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

A visita de três dias ao Japão acontece no momento em que Washington tenta reforçar os laços com seus aliados na região e manter a pressão sobre o regime de Pyongyang, apesar da recente "distensão" na península da Coreia.

"Todas as opções estão sobre a mesa e os Estados Unidos mobilizaram alguns de seus recursos militares mais avançados no Japão e na região em geral para proteger nosso território e nossos aliados, e vamos continuar fazendo isso", completou.

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Para ressaltar o que Washington classifica como "abusos" norte-coreanos contra os direitos humanos, Pence assistirá à cerimônia de abertura dos Jogos de Pyeongchang ao lado do pai do estudante americano Otto Warmbier, que morreu em 2017 após 17 meses preso pelo regime de Kim Jong-un.

Washington e Pyongyang travam uma guerra verbal que levou o presidente Donald Trump a fazer piada com o líder norte-coreano, ao chamá-lo de "rocket man" ("homem-foguete", em tradução livre), enquanto o ditador ameaçou os Estados Unidos com a destruição nuclear.

Em 2018, no entanto, Kim adotou um tom mais conciliador e aceitou o convite para que seu país participe do que está sendo chamado de "Jogos da Paz".

As duas Coreias organizaram uma incomum reunião de alto nível no mês passado. Na sexta, o chefe de Estado honorário da Coreia do Norte, Kim Yong-nam, deve viajar para o Sul ao lado da irmã do líder do país, Kim Yo-jong. Ela será o primeiro integrante da família que governa a Coreia do Norte a visitar o país.

'Sequestrar os Jogos'

O primeiro-ministro japonês disse apreciar as negociações entre o Norte e o Sul sobre os Jogos Olímpicos, mas ressaltou que todos devem enfrentar o fato de que a Coreia do Norte avança com seus programas nuclear e de mísseis.

Durante uma escala no Alasca, Pence não descartou uma reunião com a delegação norte-coreana que comparecerá à cerimônia de abertura. Em Tóquio, porém, retomou o discurso mais firme, declarando que não se deve permitir à Coreia do Norte "sequestrar a mensagem e as imagens dos Jogos Olímpicos".

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"Não permitiremos à Coreia do Norte esconder, por trás da bandeira olímpica, a realidade de que escraviza sua população e ameaça a região", disse.

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As declarações de Pence coincidem com o anúncio de que Kim Yo-jong desembarca no vizinho do Sul na sexta-feira, dia da abertura dos Jogos Olímpicos, e da chegada, nesta quarta, de 220 animadoras de torcida norte-coreanas à sede do evento.

Não está claro quanto tempo vai durar a distensão após os Jogos, especialmente quando Estados Unidos e Coreia do Sul retomarem os adiados exercícios militares anuais, que sempre irritam Pyongyang.

Na terça-feira, a agência estatal de notícias norte-coreana afirmou que a retomada das manobras conjuntas devolverá a península à "nefasta fase de catástrofe". / AFP