11 de março de 2014 | 23h29
A repressão também atingiu a imprensa considerada "hostil" pelos milicianos. Redes de rádio e TV ucranianas em Simferopol foram tomadas e tiradas do ar. Dois jornalistas ucranianos, Olena Maksumenko e Olexi Byk, estão desaparecidos. Kateryna Butko e Alexandra Ryazantseva, manifestantes pró-Europa, também sumiram.
Com a perda da região, a convicção é de que a secessão de outros territórios do país é questão de tempo. "Creio que a Crimeia está perdida para a Ucrânia. Há muitos militares russos instalados na região e tropas que chegaram nos últimos dias. Além disso, uma parte grande da população quer ser anexada à Rússia", lamenta Alex Voronowski, economista de Kiev, favorável à unidade do país. "A situação está difícil para o governo provisório. Vladimir Putin está jogando muito bem essa partida de xadrez."
Estrangeiros residentes na Ucrânia também acham que as chances de Kiev em um embate com Moscou são pequenas. Eliah Steffan, empresário libanês casado com uma ucraniana e radicado em Kiev há 18 anos, acredita que a república autônoma não voltará a fazer parte da Ucrânia. "Não há a menor chance. A Ucrânia não tem como se defender, não tem um Exército forte", afirma. Para Steffan, que pensa em se mudar para a Austrália com a mulher e os três filhos, o risco é o de que Moscou não pare por aí. "Se o Ocidente não der um sinal forte de que não vai aceitar, Putin tomará outras partes da Ucrânia."
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