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Pentágono eliminará proibição de práticas "humilhantes" em prisões, diz jornal

Segundo fontes ouvidas pelo ´Los Angeles Times´, decisão afastará os EUA do cumprimento das normas internacionais sobre direitos humanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Pentágono eliminará de suas novas diretrizes a proibição de práticas "humilhantes e degradantes" para com os seus presos, afirmou nesta segunda-feira o jornal americano Los Angeles Times. O diário, que citou como fonte funcionários militares que não se identificaram, sustentou que a decisão "marcaria uma mudança potencialmente permanente, que afasta (os EUA) do cumprimento das normas internacionais sobre direitos humanos". Desde que os EUA lançaram em 2001 sua guerra global contra o terrorismo, o Pentágono deteve, trasladou e interrogou milhares de supostos terroristas, que não foram submetidos a julgamento como delinqüentes e que também não são considerados presos de guerra. Tais acusados são chamados de "combatentes inimigos", e não estariam amparados pelas convenções de Genebra. Grupos defensores dos direitos humanos denunciaram que os prisioneiros - entre os quais estão centenas de homens detidos na base naval americana de Guantánamo (Cuba) - foram submetidos a maus-tratos, torturas psicológicas e abusos físicos. Segundo o Los Angeles Times, a nova decisão dá início a "um prolongado debate dentro do Departamento de Defesa e não será definitiva até que o Pentágono publique as novas diretrizes, algo que até o momento não foi feito". O Departamento de Estado se opõe "firmemente" a essa eliminação das restrições e pressiona tanto o Pentágono como a Casa Branca para que a decisão seja reconsiderada, segundo o diário. O Pentágono redigiu novamente, e por mais de um ano, suas normas para o tratamento e interrogatório dos detidos, que estarão incluídas no novo Manual de Operações do Exército, que estabelece as instruções básicas para os soldados americanos em todo o mundo.

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