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Penúltimo comboio com brasileiros deixa Beirute

Comboio saiu de Beirute com 189 pessoas na manhã desta sexta-feira. Último grupo deixa o Vale do Bekaa na segunda-feira

Por Agencia Estado
Atualização:

O penúltimo comboio de ônibus saindo de Beirute para retirar brasileiros do Líbano deixou a cidade na manhã desta sexta-feira com 189 pessoas distribuídas em quatro veículos. Mais um grupo ainda deve sair do Vale do Bekaa, no leste libanês, na próxima segunda-feira e depois disso o governo vai encerrar o processo de retirada dos cidadãos brasileiros do Líbano. ?Casos pontuais ainda vão ser analisados, e o governo brasileiro vai continuar dando toda a assistência necessária aos nossos cidadãos, mas estamos encerrando estas viagens regulares de retirada?, explica o chefe do departamento de comunidades brasileiras no exterior do Itamaraty, embaixador Manuel Gomes Pereira. O diplomata chegou ao Líbano no início da semana para acompanhar a saída dos últimos brasileiros que pediram ajuda para deixar o país. Isso não significa que todos os brasileiros tenham saído do Líbano. Menos de três mil foram retirados de uma comunidade total de, no mínimo, 20 mil pessoas. A grande maioria destas pessoas tem vida estabelecida no Líbano. Para elas, a decisão de deixar o país não é fácil. Nacionalidade Muitos nasceram no Líbano, moraram no Brasil durante muitos anos e ganharam a nacionalidade brasileira. Outros são filhos de brasileiros e têm pouco conhecimento do país para onde estão indo. Hassan Jaber, de 17 anos, é filho de um Libanês que morou por 25 anos no Brasil e acabou ganhando do pai, cidadão brasileiro naturalizado, sua segunda nacionalidade. Jaber foi ao Brasil uma vez há dois anos e ficou lá por dois meses. Ele não fala português. ?Vou passar umas férias?, responde com sorriso o irônico à pergunta sobre os motivos para deixar o Líbano. ?Duas pátrias? Claire Raham, nascida no Líbano, diz que morou por 25 anos no Brasil, onde se formou engenheira civil, e há 12 anos está de volta. Na manhã da sexta-feira, ela embarcou no ônibus do Consulado brasileiro, para a viagem de cerca de 7 horas até a cidade de Adana, na Turquia, acompanhada da filha Eduarda, de 8 anos. ?Eu me sinto mais brasileira do que libanesa. Amo as duas pátrias?, diz. Mas será que vai ser difícil se adaptar de novo ao Brasil? ?Não sei. Espero que não?, responde depois de uma pausa pensativa. A filha dela nunca foi ao Brasil e entende apenas um pouco de português. Avaliação O embaixador Pereira diz que os resultados do processo de retirada de brasileiros organizada pelo Itamaraty foram ?excelentes?. ?Com o processo terminando vamos nos reunir e avaliar tudo o que foi feito. Obviamente sempre há coisas que precisam ser melhoradas, mas acho que, para uma primeira experiência como essa, nós tivemos resultados excelentes?, disse. O processo de retirada começou bastante confuso com os cidadãos brasileiros reclamando de lentidão e de incertezas quanto às datas de saída. Mas na medida em que o contato entre o consulado e os líderes comunitários informais se aprimorou, a retirada passou a acontecer de maneira mais tranqüila e regular. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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