
25 de março de 2010 | 00h00
NOVA YORK
A China aceitou, pela primeira vez, discutir novas sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A revelação foi feita ontem pelo representante britânico no órgão da ONU, o embaixador Mark Lyall Grant.
Representantes do chamado P5+1, grupo integrado pelas cinco potências do Conselho (EUA, Rússia, França, Grã-Bretanha e China) e a Alemanha, teriam realizado uma teleconferência sobre o tema das sanções ao Irã. Na ocasião, "os chineses aceitaram participar substancialmente da elaboração de novas medidas contra Teerã", disse Grant.
Questionado sobre a mudança de posição, o embaixador da China na ONU, Li Baodong, foi evasivo: "Muito boa pergunta." Em seguida, o diplomata disse que a China tem "um compromisso firme" com o combate à proliferação nuclear.
"E isso é muito importante para manter a estabilidade e a paz no Oriente Médio. Durante muito tempo a China tem sido partidária dessas conversações. Agora, estamos trabalhando, juntamente com outros integrantes do Conselho e com a comunidade internacional, para obter uma solução pacífica", disse o diplomata chinês.
Aliança. Baodong foi recentemente designado para o posto de chefe da missão chinesa na ONU. O novo embaixador da China em Teerã é Liu Zhenmin, que antes ocupava o cargo de vice-representante na ONU.
Antes de deixar o cargo, Zhenmin havia afirmado, em uma sessão do Conselho, que a estratégia adotada com o Irã deveria ser "dupla", contemplando negociações e sanções - comentário elogiado pela embaixadora dos EUA, Susan Rice.
Os seis países que integram o grupo de contato com o Irã concordaram em conduzir novas reuniões no início da próxima semana.
O Irã é o terceiro fornecedor de petróleo da China, relação que tem feito Pequim desaprovar a volta do debate sobre novas sanções no Conselho. A diplomacia chinesa, porém, já apoiou três rodadas de sanções contra o Irã e, com o apoio russo às pressões, analistas afirmam que dificilmente a China optará pelo isolamento na ONU.
Relação China-Irã
US$ 25 bi
Foi o volume da troca comercial entre os dois países em 2008.
12%
Do petróleo consumido pela
China vem do Irã - cerca de 1 milhão de barris diários.
33%
Do petróleo refinado importado pelo Irã vem da China - cerca de 120 mil barris diários.
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