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Peregrinação reúne 2 milhões de muçulmanos

Por Agencia Estado
Atualização:

Movimentando-se lentamente, ombro-a-ombro, vestidos de branco da cabeça aos pés, cerca de 2 milhões de pessoas reúnem-se hoje no Monte Arafat, perto de Meca, na Arábia Saudita. É o auge da peregrinação muçulmana anual, conhecida como haj. Fiéis de todas as idades e origens protegem-se do sol com guarda-chuvas brancos, cantanto em coro "a seu serviço, a seu serviço, oh, Deus", num ritual que, acredita-se, representa o Dia do Julgamento Final, quando cada fiel se vê diante de Allá ou de Deus para implorar o seu perdão, enquanto helicópteros sobrevoam a multidão e serviços de atendimento médico de emergência cercam o local. Os peregrinos têm que permanecer até o pôr-do-sol na colina onde o profeta Maomé fez seu último sermão, há 14 séculos. Ao menos uma vez na vida, todo muçulmano que tiver recursos deve peregrinar à Meca. O peregrino tem que visitar a Grande Mesquita, circundar sete vezes a Caaba, três correndo e quatro vagarosamente, tocar e beijar a pedra negra de Abraão (meteorito localizado no canto leste da Caaba), beber água no poço de Zemzem, correr sete vezes a distância entre os montes Safa e a Marva, ir até o monte Arafat e à Mina, onde os fiéis atiram pedras contra colunas baixas, na lapidação do diabo, e sacrificar um animal em memória de Abraão, considerado o primeiro profeta, construtor da Caaba e pai dos árabes. O sacrifício de animais, que acontece amanhã, marca o fim da peregrinação e o início de uma comemoração de três dias, conhecida como a Festa do Sacrifício. Atentados - No ano passado, durante a haj morreram mais de 50 pessoas em atentados suicidas cometidos por extremistas islâmicos - as autoridades sauditas responsabilizaram a organização terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden, pelos ataques. Este ano, o dispositivo de segurança foi bastante reforçado, com a mobilização de 25 mil policiais. Falando aos peregrinos no Monte Arafat, o grande mufti da Arábia Saudita, xeque Abdulaziz ben Abdullah, disse que "os terroristas que dizem servir à religião são na verdade diabólicos". "Estes indivíduos que tentam desestabilizar a segurança da nação não servem à religião. São, na realidade, diabólicos."

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