Peres fala de paz, mas violência continua

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Por Agencia Estado
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O chanceler israelense, Shimon Peres, reuniu-se hoje na Jordânia com o rei Abdullah, para discutir sobre o plano de paz para o Oriente Médio, após uma visita ao Cairo, Egito, onde anunciou um acordo israelense-palestino para o fim da violência, que prosseguia hoje com ataques palestinos contra um enclave judaico na Faixa de Gaza. Peres anunciou que Israel começaria imediatamente a reduzir as restrições impostas aos palestinos em Gaza e na Cisjordânia em antecipação a uma possível trégua. O chefe da diplomacia israelense citou "a reabertura do Aerporto Internacional de Gaza, o aumento das autorizações para a entrada de trabalhadores palestinos nos territórios israelenses e a melhoria das condições dos pescadores palestinos", informou uma fonte ligada ao governo jordaniano. No Egito e na Jordânia, Peres analisou as perspectivas de um acordo para pôr fim a sete meses de violência entre israelenses e palestinos, assim como as reservas de Israel com relação a um proposta de paz árabe. "Ainda há questões a serem esclarecidas e não quero afirmar que está tudo bem", disse Peres no Cairo após reunir-se com o presidente egípcio, Hosni Mubarak. "Mas posso dizer que se obteve um acordo sobre a forma de lidar com a situação." O rei Abdullah colocou a questão do levantamento total do bloqueio israelense aos territórios como condição essencial para favorecer o clima para uma retomada das negociações israelense-palestinas. Ele indicou "que não há uma solução militar para o conflito". Segundo Abdullah, "a solução deve ser política para responder aos direitos legítimos dos palestinos, como único meio para a segurança e estabilidade da região", revelou uma fonte do palácio real. O rei reiterou que a Jordânia rejeita as colonizações, considerando-as uma violação clara do direito internacional. O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, disse várias vezes que buscaria um acordo interino com os palestinos e não um amplo acordo final de paz. Contudo, os palestinos dizem que, após sete anos de negociações, não estão mais interessados em acordos interinos. O grupo armado da Fatah - facção do líder palestino Yasser Arafat na Organização de Libertação da Palestina - proclamou hoje sua intenção de "continuar lutando" contra Israel, ignorando a decisão da Autoridade Palestina de dissolvê-lo. "Continuaremos a luta contra a ocupação" israelense, informaram os Comitês de Resitência Popular, acrescentando que "não vêem nenhuma justificativa para sua dissolução". O grupo, no entanto, informou que seus membros deverão "renunciar coletivamente aos serviços de segurança da AP para evitar que ela perca seu prestígio perante Israel. Extremistas palestinos detonaram hoje duas bombas contra colonos judeus na Cisjordânia. A polícia isralense descobriu e detonou de forma controlada um terceiro artefato explosivo na cidade litorânea de Netanya. Um palestino suspeito de detonar um carro-bomba morreu na explosão perto de Nablus, não muito distante de um ônibus escolar, disseram fontes militares israelenses. Na mesma explosão outro palestino ficou ferido. Os palestinos também fizeram disparos de morteiro contra o enclave judaico de Kfar Darom, na Faixa de Gaza, mas não houve vítimas. As tropas israelenses trocaram tiros com palestinos em duas áreas de Gaza e três palestinos foram feridos.

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