BUENOS AIRES - Uma perícia feita pela polícia argentina sobre a morte do procurador Alberto Nisman, que deve ser publicada no fim do mês concluirá que não houve suicídio no caso, informou o jornal argentino Clarín nesta quinta-feira, 14.
Nisman foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento em Puerto Madero, área nobre de Buenos Aires, em janeiro de 2015, quatro dias depois de denunciar a presidente Cristina Kirchner por encobrir investigações do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina ( Amia).
Diante de idas e vindas do processo, que chegou a ser arquivado, o procurador Jorge Taiano pediu à Gendarmería Nacional (a polícia argentina) que conclua a investigação até o fim do mês para que seja definido de vez se Nisman foi vítima de homicídio ou se matou.
Dados da investigação publicados pelo Clarín indicam que a perícia encontrou ketamina, um remédio de uso veterinário que, em pequenas doses, provoca efeitos alucinógenos e, num volume maior, um estado de quase paralisia, o que tornaria improvável que Nisman carregasse uma arma.
Há indícios também de que o corpo de Nisman foi golpeado para diminuir de tamanho, o que indica que o cadáver pode ter sido manipulado.
Além disso, não havia no apartamento do procurador nenhuma digital que não a de Nisman, apesar de diversas pessoas terem passado pelo local no fim de semana em que ele morreu.