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Peritos visitam três instalações no Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de quatro anos de interrupção, os inspetores de armas das Nações Unidas e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) retomaram hoje o trabalho de verificação do arsenal iraquiano, agora com mais poderes, conferidos pela resolução 1.441, aprovada no mês passado pelo Conselho de Segurança da ONU. Os peritos visitaram três instalações sem encontrar nenhum obstáculo por parte dos responsáveis. Eles não revelaram suas conclusões, mas elogiaram a cooperação iraquiana no primeiro dia. Um grupo de seis pessoas da AIEA foi até a fábrica Al-Tahaddi - cujo nome significa O Desafio -, situada em Al-Rachad, 25 quilômetros a leste de Bagdá. O local é especializado na produção de geradores e unidades de esfriamento para fábricas de cimento, e está vinculado à indústria militar iraquiana. "A equipe levou a cabo todas as inspeções previstas, com a cooperação dos iraquianos. Tivemos aceso a tudo o que quisemos. Esperamos que essa atitude de hoje seja um reflexo da cooperação futura", comentou o francês Jacques Baute, chefe do grupo. Os 11 peritos da Comissão de Inspeção, Vigilância e Verificação da ONU (Unmovic), por seu lado, se dirigiram a uma fábrica 45 quilômetros a sudoeste de Bagdá. Segundo relatórios da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA no local estariam sendo fabricados mísseis de longo alcance. Os inspetores, seguidos por um batalhão de fotógrafos da imprensa local e internacional, se interessaram por um anexo recém-construído. As autoridades iraquianas alegam que no local são feitos apenas mísseis de curto alcance, de até 150 quilômetros, os quais não são vetados ao Iraque. Outros inspetores, enquanto isso, foram a um fábrica de grafite ao lado. Os iraquianos garantem que o grafite é usado em "lápis e baterias". Mas o material também pode ser usado em mísseis - para lubrificar, por exemplo, os cones do nariz do projétil para sua reentrada na atmosfera. Os inspetores não discutiram publicamente o que teriam encontrado. As inspeções continuarão diariamente. Em janeiro, os inspetores informarão ao Conselho de Segurança o que encontraram e se os iraquianos cooperaram. Os EUA têm advertido que qualquer obstáculo colocado pelo governo de Saddam Hussein pode significar a guerra. Se os inspetores eventualmente certificarem que o Iraque cooperou plenamente com seu trabalho de desarmamento, resoluções da ONU pedem pela suspensão de sanções econômicas impostas a Bagdá depois que tropas iraquianas invadiram o Kuwait em 1990. Se não houver a cooperação, a resolução 1.441 prevê que o conselho deve debater uma ação militar contra o governo de Saddam Hussein.

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