Peru impõe lei de exceção após protestos com mortes

Manifestantes são contra instalação de mina em Cajamarca; três morreram em confronto

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Por Redação
Atualização:

LIMA - Depois da morte de três pessoas durante um confronto entre forças de segurança e manifestantes que protestam contra a instalação de uma mina, ocorrido na terça-feira no Peru, o governo do país decretou estado de emergência em três províncias do Departamento de Cajamarca nesta quarta-feira, 4.

 

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O decreto autoriza as Forças Armadas a "restabelecer a ordem", suprime garantias constitucionais dos cidadãos e restringe os direitos a reunião e ao livre trânsito na região em que vigora.

 

De acordo com o ministro peruano da Justiça, Juan Jiménez, a lei de exceção deverá durar 30 dias, em Celedín - onde moradores da região e forças de segurança se enfrentaram -, Hualgayoc e Cajamarca.

 

"A decisão de declarar estado de emergência está sendo tomada simplesmente por prevenção, até que a situação se estabilize", disse Jiménez, pedindo que a população das regiões abandone "atitudes que não são conciliáveis com um Estado democrático" e reconsiderem "posições intransigentes" para que uma negociação seja estabelecida.

 

Os manifestantes são contra o projeto Minas Conga, da empresa americana Newmont, avaliado em cerca de US$ 5 bilhões. A autorização para a retirada de ouro e cobre foi emitida semana passada. Os moradores temem que fontes de água sejam prejudicadas pela mineração. Nesta quarta-feira, eles completaram 35 dias de greve.

 

Marco Arana, fundador do Movimento Terra e Liberdade, foi detido ontem em Cajamarca e denunciou, pelo Twitter, ter sofrido agressões das autoridades peruanas. O confronto da terça-feira começou quando os manifestantes atacaram instalações em Celedín - 21 pessoas ficaram feridas e 15 foram detidas.

 

Ataque

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Um militar peruano foi morto ontem em uma ação atribuída a remanescentes do Sendero Luminoso, no Departamento de Ayacucho. Um cabo foi baleado quando a base Canayre, na maior região cocaleira do país, foi atacada a tiros.

 

Com Reuters e AFP

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