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Pesadelo jurídico ameaça resultado em Ohio

Por GUSTAVO CHACRA , CORRESPONDENTE e NOVA YORK
Atualização:

Antes mesmo de serem abertas as urnas em Ohio, havia o temor de que a apuração dos votos neste Estado, considerado um dos mais cruciais nas eleições dos EUA, se transformasse em um pesadelo, com os americanos esperando semanas até saber quem é o presidente eleito.Para evitar maiores problemas, a torcida era para que Ohio não fosse decisivo para definir o vencedor da eleição no Colégio Eleitoral. Neste caso, a diferença entre os dois candidatos precisava ser superior a 18 delegados, que é total deste Estado com cidades importantes como Cleveland, Columbus e Cincinnati. Ao todo, existem 200 mil cédulas provisórias em Ohio, que possui 8 milhões de eleitores registrados. Estes votos precisam ser checados para verificar se não existe fraude ou erros que os invalidem, mas os eleitores têm o direito de ir às urnas mesmo sem provar sua identificação. Em muitos Estados, o processo de verificação ocorre imediatamente depois do fechamento das urnas. Em Ohio, o início acontece apenas a partir do dia 17. De acordo com as autoridades do Estado, o objetivo é permitir que o eleitor tenha dez dias para apresentar a documentação necessária. Oito em cada dez votos provisórios foram validados na última eleição.Se a diferença for próxima ou superior aos 200 mil votos, as cédulas provisórias perdem relevância, pois independentemente da verificação dará para apontar com segurança quem será o vencedor bem antes do dia 17.Encerrado o processo de análise das cédulas provisórias, há mais um obstáculo pela frente. Se a diferença entre os dois ficar abaixo do 0,25% do total de votos (não do número de eleitores registrados), deve haver recontagem. Esta começaria apenas em dezembro, terminando no dia 11 do mês que vem. Isto é, seriam necessários 35 dias a mais antes de um vencedor ser indicado no Estado.Não bastassem estas regras, um juiz alega que alguns equipamentos usados na votação permitem fraudes e amanhã a Justiça de Ohio analisará o assunto. Caso a tese do juiz seja aceita, mais disputas sobre a votação ocorrerão. Por este motivo, tanto a campanha de Barack Obama quanto a de Mitt Romney armaram-se com um Exército de advogados em Ohio para uma possível batalha judicial.

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