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Pescadores são resgatados depois de nove meses perdidos no mar

Mexicanos partiram para uma expedição de pesca de tubarões; mal sabiam que a Mãe Natureza tinha outros planos

Por Agencia Estado
Atualização:

Três pescadores mexicanos cantaram, dançaram e tocaram violão enquanto passaram nove meses confinados em um barco à deriva. Depois de seu resgate, em 9 de agosto, Lucio Rendon, Jesus Vidana e Salvador Ordonez concederam sua primeira entrevista, à mexicana Televisa. Eles contaram como cruzaram o Pacífico e sobreviveram à base de peixes crus - pescados com o auxílio da fiação inutilizada da embarcação - e água de chuva. Os mexicanos foram resgatados por uma embarcação pesqueira asiática, nas Ilhas Marshall, a 8 mil quilômetros da costa do seu país de origem. Há quem duvide da ´história de pescador´ e até levante a hipótese de que eles seriam traficantes de drogas que teriam criado a versão de sobreviventes para não chamar a atenção das autoridades e da mídia. Mas, o fato é que os sobreviventes afirmam que estão falando a verdade. A jornada deles teria começado em 28 de outubro de 2005, no porto de San Blas. De lá, eles partiram para uma expedição de pesca de tubarões. Mal eles sabiam que a Mãe Natureza tinha outros planos. Uma frente fria cruzou o caminho deles e mudou o rumo do banco. À medida em que eles tentaram voltar para a rota, o combustível terminou e o barco ficou à deriva. Um dos principais obstáculos dos sobreviventes foi ter de jogar ao mar os corpos de dois companheiros, que morreram de fome durante a viagem. Mesmo assim, os pescadores não perderam as esperanças e acreditaram que conseguiriam contar a história deles. Manter a alimentação foi um dos principais obstáculos dos pescadores. "Aproveitamos o material do barco para fazer ganchos. Em algumas vezes conseguíamos pegar até cinco peixes, outras vezes nada", contou Lúcio Rendon, à mexicana Televisa. Dos dois companheiros que não resistiram, um teria morrido em janeiro e o outro em fevereiro. "O dono do barco se negou a comer o que a gente conseguia pescar. De repente, começou a vomitar sangue. Não tivemos nem tempo de fazê-lo reagir. Ainda conseguimos rezar pelo que morreu em fevereiro, antes de aremessá-lo no mar", contou Vidana. No México, eles se tornaram heróis folclóricos instantâneos. No vilarejo em que moram, no entanto, familiares e amigos não acreditaram de início na versão apresentada por eles.

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