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Pesquisa aponta maior contaminação de aids com agulhas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os resultados de uma pesquisa americana, se confirmados, poderão exigir uma reformulação das políticas de combate à aids em todo o mundo. Segundo o estudo publicado na edição deste mês do International Journal of Sexually Transmitted Diseases and Aids, quase dois terços das pessoas contaminadas pela aids na África contraíram o vírus por causa de agulhas impróprias, e não por relações sexuais, como se pensava até agora. Segundo pesquisas feitas nos últimos 15 anos, 90% da contaminação na África ocorreria por meio de relações sexuais. A nova pesquisa, porém, aponta que cerca de 60% das novas infecções ocorre por causa de agulhas sujas usadas nos hospitais. A UNAids, agência da ONU para a aids, afirmou oficialmente que não concorda com os resultados da pesquisa e afirma que, pelos seus cálculos, a contaminação por causa de agulhas corresponde apenas à 5% dos infectados pela aids no continente africano. A agência ainda teme que, diante da descoberta dos cientistas norte-americanos, as pessoas passem a se descuidarem de proteção em suas relações sexuais. A agência, porém, reconhece que os hospitais de países em desenvolvimento deveriam direcionar mais recursos para a esterelização das agulhas, já que o nível de infecção por causa de instrumentos impróprios tem aumentado nos últimos anos. A própria UNAids deverá direcionar mais suas políticas ao problema. O maior obstáculo, porém, é que para que todas as operações cirgúrgicas, vacinas ou tratamentos sejam feitas com agulhas adequadas, seriam necessários US$ 145 milhões em todo o mundo por ano, verba que nem sempre está à disposição dos hospitais públicos de vários países.

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