
14 de agosto de 2019 | 14h50
ASSUNÇÃO - Pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 14, indica que 69,3% dos paraguaios desaprovam a gestão do presidente Mario Abdo Benítez, que completará um ano no cargo na quinta-feira, 15, sob ameaça de um julgamento político em razão de um acordo energético assinado com o Brasil.
Os números fazem parte de estudo elaborado pelo Centro de Pesquisa e Estudos Econômicos (CIES, em espanhol) e publicado pelo grupo editorial do jornal Última Hora, dos canais Noticias Paraguay e Telefuturo e da Radio Monumental. Dos 69,3% de insatisfeitos, 49,1% consideram o governo ruim e 20,2% disseram ser muito ruim o primeiro ano do Abdo Benítez.
Dos pesquisados, 28,8% disseram que a gestão do presidente é boa e apenas 1,9% qualificaram o período como muito bom. Ao todo, foram ouvidas 1.200 pessoas com idades entre 18 e 35 anos em Assunção, no entorno da capital paraguaia, e nas principais cidades do país.
Entre os pontos consultados está a liderança de Abdo Benítez. Neste quesito, 53,8% dos paraguaios creem que ele não exerce qualquer liderança no país, 37,5% acreditam que ele tem, sim, influência e 8,7% não souberam responder.
A pesquisa foi divulgada num momento em que o presidente paraguaio enfrenta a pior crise política de seu mandato, sob o risco de um processo de impeachment por conta do polêmico pacto energético assinado com o Brasil em 24 de maio.
O acordo foi anulado no fim de julho pelos governos dos dois países depois que os detalhes do texto foram tornados públicos. O caso resultou na queda do Ministro de Relações Exteriores, do embaixador no Brasil e de dois presidentes da estatal Administración Nacional de Electricidad.
Entre outros efeitos do texto, que estabelecia os termos da venda da energia produzida pela usina binacional, tanto Abdo Benítez quanto seu vice, Hugo Velázquez, foram ouvidos pelo Ministério Público.
Para este quarta-feira, estão previstas marchas nas principais cidades do país para apoiar o pedido de julgamento político de Abdo Benítez e Velázquez. Na terça, o presidente participou de uma grande concentração em Assunção de membros do Partido Colorado que rejeitam a hipótese de impeachment. / EFE
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