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Pesquisa indica vitória de Cavaco Silva em Portugal

Por Agencia Estado
Atualização:

A primeira pesquisa de boca-de-urna divulgada sobre as eleições presidenciais portuguesas deste domingo, elaborada pela Eurosondagem, anunciou a vitória do centrista Aníbal Cavaco Silva por maioria absoluta. Segundo as estimativas, Cavaco Silva obteve entre 50,4% e 55,6% dos votos, o que eliminaria a hipótese de segundo turno dentro de três semanas. O segundo candidato mais votado foi o poeta e deputado socialista Manuel Alegre, que conseguiu de 17,7% a 21,5%. A terceira posição ficou com o ex-presidente Mário Soares, que teria de 12,5% a 16,3%. O comunista Jerónimo de Sousa registrou de 6,4% a 8,6%, o radical Francisco Louçã de 4,1% a 6,3% e o advogado António Garcia Pereira, candidato da extrema esquerda, de 0,5% e 1,1% no pleito, segundo a enquete. Perfil Nascido na região do Algarve, Aníbal Cavaco Silva tem 66 anos e foi primeiro-ministro de Portugal entre 1985 e 1995, pelo Partido Social-Democrata, de linha conservadora, no qual ingressou em 1974. Cavaco Silva estudou Finanças em Lisboa e fez doutorado na Universidade de York, na Inglaterra. Ele disputou a presidência em 1996, mas foi derrotado por Jorge Sampaio, que cumpriu dois períodos de cinco anos no cargo, o máximo permitido pela Constituição. Depois de perder a eleição, Cavaco Silva, retornou à função de professor de Economia. No início de seus dez anos na chefia do governo, Portugal ingressou na União Européia e deu um salto em seu desenvolvimento. Por ser um dos membros mais pobres do bloco, o país recebeu investimentos pesados em vários setores da economia para que pudesse se aproximar do nível dos parceiros europeus. Cavaco Silva pôs em prática várias reformas econômicas que permitiram altas taxas de crescimento e a rápida modernização de Portugal. Embora o Poder Executivo em Portugal seja atribuição do primeiro-ministro, a reputação de Cavaco Silva como reformista foi um de seus trunfos na campanha eleitoral. Durante a campanha ele declarou que pressionaria o governo para promulgar reformas trabalhistas, como a redução de pensões e o aumento da idade para aposentadoria, que os socialistas não conseguem levar adiante por causa da forte resistência dos sindicatos. Portugal também precisa reduzir seu déficit orçamentário, atualmente em torno de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), taxa que é o dobro do permitido aos países da zona do euro. No momento, Portugal passa por um período de estancamento econômico e uma taxa de desemprego de 7,7% - a maior dos últimos 18 anos.

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