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Pesquisadores encontram o Beagle, o navio de Darwin

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 130 anos de mistério, os historiadores marítimos ingleses anunciam que podem ter localizado o Beagle, o navio de 90 pés (30 metros)que levou Charles Darwin em viagens de descoberta, que o ajudaram a formular sua teoria da seleção natural. Usando tecnologia de radar, os historiadores o encontraram ser seis metros debaixo do lama dos pântanos do condado de Essex, a leste de Londres. ?Pudemos ver o contorno de um pier para o navio e pudemos distinguir madeira e metal, o que é altamente indicativo de que haja algo verdadeiramente substancial lá embaixo, mais provavelmente o fundo do Beagle?, disse Robert Prescott, chefe da equipe da Universidade de St. Andrews, na Escócia, que passou quatro anos investigando o local. As descobertas serão reveladas num documentário da BBC que será apresentado neste fim de semana, na Inglaterra. Os pesquisadores usaram recenseamentos que listavam famílias de tripulantes vivendo no Beagle, assim como velhos mapas, para ajudá-los a rastrear o barco na área do pântano, próximo a Potton Island. Eles acreditam que os fragmentos de louça vitoriana e um jogo de chá de brinquedo, encontrados no local, tenham pertencidos a familiares da tripulação. O Beagle, um navio de guerra de 10 canhões, foi lançado ao mar no Estaleiro de Woolwich Royal, no Rio Tâmisa, em 1820. Depois de uns poucos anos de serviço, foi transformado em barco de pesquisas hidrográficas. Entre 1831 e 1835, Darwin viajou a bordo do Beagle para a Patagônia e as Ilhas Galápagos, onde realizou estudos intensivos sobre sua flora e fauna. Em seu retorno, ele publicou Sobre a Origem das Espécies, obra que abalou o mundo científico com a afirmação de que as espécies evoluem através da seleção natural dos mais adequados ao meio. O Beagle foi usado, depois, como barco guarda-costeira ao redor de Southend, em Essex, mas seu volume de 235 toneladas incomodava os apanhadores locais de ostras e ele foi vendido para a marinha e rebocado para águas interiores onde os pesquisadores dizem que agora ele jaz. ?Parece que uma dupla de habitantes comprou o navio. Eles fizeram-no em pedaços no local onde estava ou, possivelmente, rebocaram-no para um local próximo?, disse Prescott. ?Depois das maravilhas da Patagônia e das Ilhas Galápagos, parece que o navio que ajudou a atiçar uma revolução científica levou uma vida insípida nas águas interiores da Inglaterra antes de cair num sono profundo nas margens pantanosas de um rio onde o tempo parece ter parado por séculos.?

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