Piratas morrem afogados com parte do dinheiro de resgate

Somalis participaram de sequestro de navio saudita que foi liberado após pagamento de US$ 3 milhões

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Por AP
Atualização:

Cinco piratas somalis morreram afogados na sexta-feira carregando a parcela de dinheiro que receberam do resgate de US$ 3 milhões pelo superpetroleiro saudita Sirius Star, liberado após dois meses de sequestro. O barco que o grupo usava para fugir afundou por causa de uma tempestade, contou um pirata identificado como Daud Nure. Otros três piratas conseguiram nadar até a costa e sobreviveram. "O barco virou e afundou porque eles estavam navegando a uma velocidade muito alta durante uma tempestade", contou Abukar Haji, tio de um dos mortos. "Eles estavam com medo de um ataque da guarda costeira", afirmou. Apenas um dos corpos foi encontrado na praia. Os outros quatro corpos estão desaparecidos, assim como o dinheiro que eles levavam. Os oito piratas estavam entre centenas de somalis que, depois do pagamento do resgate, dividiram o dinheiro e saíram em pequenas embarcações do petroleiro. De propriedade da gigante estatal Saudi Aramco, o Sirius Star, de 330 metros, foi capturado no Golfo do Áden, costa da África, em 15 de novembro. Levava uma carga de 2 milhões de barris de petróleo, no valor de cerca de US$ 100 milhões. Foi o mais ousado ataque dos piratas nos últimos anos. O ministro saudita do petróleo, Ali Naimi, disse ontem que as 25 pessoas que formavam a tripulação do Sirius, originárias de vários países, estavam bem e a caminho de casa. O superpetroleiro já deixou as águas somalis e seguiu para o porto de Dammam, na Arábia Saudita. Na sexta-feira, os piratas liberaram também o navio iraniano Daylight, sequestrado no dia 18 de novembro. O cargueiro transportava 36 mil toneladas de trigo e tinha 25 pessoas a bordo. Os piratas, operando na costa somali, no Golfo de Áden e no Oceano Índico, realizaram mais de 130 ataques em 2008, tornando a área a mais perigosas do mundo para a navegação.

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