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Pistas apontam para Paquistão

Presidente paquistanês promete tomar duras medidas se for confirmado envolvimento de grupos do país

Por REUTERS E NYT
Atualização:

O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, prometeu ontem total cooperação com a Índia e uma dura ação em seu país se houver provas de que os militantes envolvidos nos ataques à capital financeira da Índia, Mumbai, tinham base no Paquistão. "Se houver qualquer evidência de que indivíduos ou grupos paquistaneses (participaram dos atentados), tomarei providências perante o mundo", afirmou o líder paquistanês à rede de TV CNN-IBN. Zardari - cuja mulher, a ex-premiê Bezanir Bhutto, foi assassinada em um ataque terrorista há um ano - disse estar totalmente "comprometido" a combater o terrorismo, "que também ameaça meu país". O pronunciamento ocorreu no dia em que a Índia comemorava o fim dos ataques e em meio ao surgimento de novas pistas sobre o envolvimento do Paquistão nos atentados. Após interrogar o militante capturado, funcionários de inteligência indiana disseram que ele teria confessado pertencer ao grupo militante islâmico paquistanês Lashkar-e-Taiba. Segundo um documento de inteligência indiana de 2006 obtido pelo jornal Washington Post, os membros desse grupo foram treinados em ofensivas marítimas. Para lançar os ataques de quarta-feira, os militantes chegaram em pequenas embarcações a Mumbai. Funcionários de inteligência e de contraterrorismo dos EUA já haviam afirmado na sexta-feira que havia evidências indicando o envolvimento do grupo, cuja base é a Caxemira, território localizado na fronteira com a Índia. Os dois países, que possuem armas nucleares, já travaram duas guerras pela região - a última delas em 1971. Segundo as fontes de inteligência americana, outro grupo que poderia estar envolvido é o Jaish-e-Muhammad, que também tem base na Caxemira e histórico de ataques contra a Índia. A suspeita sobre grupos paquistaneses aumenta pelo fato de os investigadores terem encontrado celulares e um aparelho de navegação em um barco abandonado na área costeira de Mumbai. Um dos aparelhos de telefone tinha no seu histórico de chamadas ligações feitas para Jalalabad, no Paquistão, segundo fotos divulgadas pela mídia local. O barco, de acordo com funcionários de inteligência, teria sido roubado. O capitão foi encontrado morto, deitado de barriga para baixo e com as mãos atadas nas costas. Quatro tripulantes desapareceram. Para o chanceler paquistanês, Mehmood Qureshi, a Índia não acusou o Paquistão pelos ataques. "(As autoridades indianas apenas) suspeitam de grupos que poderiam estar presentes no país. Se for verdade, tomaremos as providências."

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