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Plano de Bush legaliza situação de imigrantes ilegais

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhões de imigrantes ilegais ? pequenos fazendeiros, arrumadeiras de hotel, empregados domésticos ? que vivem nas sombras da sociedade americana poderão ser brindados com a legalização de sua situação e ficar livres da ameaça de deportação, numa proposta que o presidente George W. Bush apresentará ao Congresso neste ano eleitoral. Bush telefonou hoje de manhã ao presidente mexicano, Vicent Fox, para contar-lhe, antes, o conteúdo do discurso que fará mais tarde na Casa Branca apresentando o projeto. ?Há alguns empregos neste país, em nossa economia crescente, que não são preenchidos por americanos?, disse o secretário de Imprensa Scott McClellan. ?Isto significa uma oportunidade para os trabalhadores do exterior que querem trabalhar.? A proposta de Bush quebra um silêncio virtual sobre imigração desde que os ataques de 11 de setembro de 2001 levantaram o temor sobre a segurança das fronteiras. O presidente argumenta que seu plano tornaria os Estados Unidos mais seguros, dando ao governo uma idéia melhor sobre quem cruzou as fronteiras americanas; apoiando a economia ao preencher as necessidades dos empregadores por trabalhadores de menores salários; e cumprindo um mandamento de compaixão, ao garantir os direitos e a legitimidade dos trabalhadores ilegais. Provavelmente nada será dito, durante o discurso presidencial, sobre os dividendos políticos que os conselheiros da Casa Branca esperam advir dessa proposta. Ao balançar o projeto de legalização diante de cerca de estimados 8 milhões de imigrantes ilegais, metade deles mexicanos, Bush está conferindo a maior prioridade a comunidade de negócios, enquanto faz seu mais agressivo movimento para cortejar votantes hispânicos ? o bloco eleitoral que mais rapidamente cresce nos EUA. Ele venceu com um terço deste eleitorado em 2000, mas quer expandir o apoio da comunidade para melhorar suas chances de ser reeleito em novembro. A proposta providenciará um meio para os imigrantes ilegais comprovar que têm emprego para trabalhar lealmente, embora temporariamente, nos Estados Unidos. O novo ?programa do trabalhador temporário?, que também incluirá pessoas ainda em seus países de origem que já tenham emprego arranjado nos EUA, não se limitará, como atualmente estabelece o visto para programas de trabalho temporário já existentes, a alguns setores da indústria ou da economia. Muitos dos detalhes da proposta presidencial serão elaborados pelo Congresso, em futuras negociações com a Casa Branca. Por exemplo, Bush quer aumentar a distribuição anual de green cards, que garantem residência permanente nos EUA, mas não diz quanto. Ele também quer que o prazo de três anos do programa para o trabalho temporário seja renovável, mas não diz por quanto tempo. E não quer estabelecer a quantidade de trabalhadores que seriam admitidos no programa e não especifica como a exigência de que nenhum trabalhador americano queira o emprego a seja dado ao trabalhador estrangeiro poderá ser comprovada.

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