Pobreza é maior na zona rural, alerta ONU

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Por Agencia Estado
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Os líderes do planeta fracassarão em sua meta de reduzir à metade a pobreza mundial em 2015, caso não dêem especial atenção à população rural, alertou nesta segunda-feira um estudo do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (IFAD, por sua sigla em inglês), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU). O IFAD, que tem sede em Roma, informou que 75% dos cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo que vivem com menos de um dólar (dois reais) por dia habitam áreas rurais, onde a economia é baseada na agricultura. Ainda de acordo com a agência, 44% das pessoas mais pobres vivem no sul da Ásia, 24% na África subsaariana e 6,4% na América Latina e Caribe. Apresentado em Nova York, o estudo alerta para o fato de que a ajuda para a agricultura caiu em dois terços no período entre 1987 e 1998. "Os esforços atuais para o desenvolvimento praticamente ignoram as pessoas que vivem em zonas agrícolas e rurais", disse o diretor da Unidade de Pesquisa sobre Pobreza da Universidade de Sussex (Inglaterra), Michael Lipton, que contribuiu com o informe. Durante a Cúpula do Milênio, realizada em Seattle (EUA) em setembro, cerca de 150 líderes mundiais prometeram reduzir pela metade o número de pessoas em extrema pobreza até 2015. Para cumprir esta meta, 30 milhões de pessoas deveriam escapar da pobreza a cada ano, mas atualmente este número não passa de 10 milhões. "A falha é derivada, em grande parte, de uma falsa idéia, segundo a qual a pobreza extrema se mudou dos meios rurais para as megalópolis", afirmou o presidente da IFAD, Fawzi AlSultan. O estudo conclamou para a realização de uma reforma agrária e de novas políticas para combater a discriminação das mulheres e meninas, que representam a maioria dos pobres em setores rurais e cuja miséria é agravada freqüentemente por obstáculos legais e culturais.

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