CARACAS - A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, descartou nesta sexta-feira, 23, a realização da eleição legislativa em 22 de abril, data da votação presidencial, como proposto nesta semana por políticos chavistas.
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"O CNE vai avaliar para uma data posterior a (antecipação da) votação parlamentar, do conselho legislativo e das câmaras municipais. Neste momento, não estamos preparados para fazer uma votação conjunta", disse Tibisay em entrevista ao lado da presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Delcy Rodríguez.
"Para 22 de abril a eleição que está convocada é a presidencial", ressaltou Tibisay ao explicar que o cronograma para esta votação está "extremamente avançado", o que impossibilitaria a junção com a votação para o Parlamento, "que é, tecnicamente, muito mais complexa".
A presidente do CNE ressaltou que o organismo fará uma "avaliação técnica" da ideia de adiantar a votação legislativa, feita inicialmente pelo dirigente chavista Diosdado Cabello e endossada pouco depois pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro - que propôs também o adiantamento da eleição dos órgãos legislativos dos 23 Estados e dos 335 municípios.
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Tibisay informou que 15 organizações políticas habilitadas para a eleição presidencial cumpriram os trâmites junto ao CNE, o que mostra que estão dispostas a participar da votação apesar de a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) ter anunciado que não lançará um candidato por considerar a votação um "show fraudulento".
A presidente da Constituinte, órgão formando apenas por chavista e não reconhecido pela maioria dos países, disse ter certeza que Lucena e o CNE "escolherão a melhor data" para as eleições legislativas propostas pelos governistas.
De acordo com a Constituição venezuelana, a eleição para o Parlamento, controlado pela oposição desde 2015, deveria ocorrer no fim de 2020, quando a atual legislatura completaria cinco anos. / EFE