Polanski faz primeira aparição em público desde fim de prisão domiciliar

Cineasta franco-polonês foi libertado na segunda-feira de prisão domiciliar na Suíça

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Por BBC Brasil
Atualização:

MONTREAUX - O cineasta Roman Polanski fez neste sábado, 17, sua primeira aparição em público desde sua libertação da prisão domiciliar na Suíça, ocorrida na segunda-feira. Polanski foi assistir à apresentação de sua esposa no Festival de Jazz de Montreaux e não conversou com a imprensa. Em uma entrevista, que ainda será transmitida, o cineasta agradeceu o apoio dos suíços. "No momento estou feliz por estar livre e poder fazer as coisas que não podia fazer", disse Polanski em entrevista à televisão do país. A esposa do cineasta, a atriz e cantora Emmanuelle Seigner, não falou sobre Polanski durante sua apresentação de uma hora no festival e o cineasta também não subiu ao palco. Na segunda-feira o governo da Suíça anunciou a libertação de Polanski e negou o pedido de extradição dele para os EUA, onde foi condenado na década de 70 por ter feito sexo com uma adolescente de 13 anos. O cineasta estava em prisão domiciliar no país europeu desde dezembro de 2009 aguardando a decisão das autoridades suíças sobre o pedido americano. As autoridades americanas afirmaram que continuam pressionando a Suíça pela extradição de Polanski. "O estupro de uma menina de 13 anos por um adulto que deveria saber o que estava fazendo e sabe o que está fazendo é crime. Vamos continuar buscando pela justiça neste caso e vamos analisar nossas opções", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley. Prisão e processo Em 1977, o diretor admitiu ter mantido relações sexuais com uma garota de 13 anos, o que é ilegal nos Estados Unidos, mas no ano seguinte fugiu para a França antes de receber a sentença. Ele nunca mais pisou em território americano. Alvo de um mandado de prisão, Polanski voltou a ser detido em setembro do ano passado na Suíça, para onde viajou para receber um prêmio no festival de cinema de Zurique. Em dezembro, ele foi transferido da prisão para seu chalé na cidade de Gstaad, onde permanecia detido. O cineasta recebeu à distância o Oscar de melhor filme pelo filme O Pianista, de 2002. A prisão do cineasta gerou protestos entre alguns políticos e nomes famosos de Hollywood. Diretores e atores assinaram um abaixo-assinado pedindo sua libertação, entre eles Woody Allen, Martin Scorsese, Terry Gilliam, Pedro Almodóvar e Stephen Frears. Alguns artistas, como as atrizes Fanny Ardant e Monica Bellucci, assinaram uma carta manifestando seu "horror" com a prisão do cineasta. A vítima do cineasta, Samantha Geimer, processou Polanski em dezembro de 1988. O cineasta concordou em pagar uma compensação de US$ 500 mil cinco anos depois. Mas em janeiro deste ano Geimer pediu à Justiça americana que arquive as acusações contra Polanski, alegando que a divulgação contínua dos detalhes do caso "causa danos a mim, meu marido e meus filhos".

 

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