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Polícia alemã detém turco com explosivos

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia alemã prendeu um cidadão turco de 24 anos com grande quantidade de explosivos e produtos químicos tóxicos que estaria planejando um ataque contra a base militar dos Estados Unidos em Heidelberg (oeste da Alemanha), informou nesta sexta-feira o Ministério do Interior alemão. Segundo o jornal Bild, os agentes detiveram também uma mulher, apontada como namorada do turco, que trabalhava num supermercado da base militar. As autoridades não revelaram a identidade deles sob a alegação de prejuízos para a investigação. Segundo o diário alemão, ambos teriam ligações com a Al-Qaeda - rede liderada pelo milionário saudita Osama bin Laden, acusado pelos atentados de 11 de setembro contra os Estados Unidos, que deixaram mais de 2.800 mortos no ano passado. A porta-voz do Ministério do Interior, Alice Loyson Siemering, negou vínculos do casal com a Al-Qaeda. "Não dispomos de nenhuma evidência disso, pelo menos até este momento." Mas, segundo agentes alemães, a quantidade de material explosivo encontrada em poder dele - 130 quilos de produtos químicos e cinco bombas incendiárias - reforça as suspeitas levantadas pelo diário. O turco foi detido em seu apartamento na localidade de Waldorf - 10 quilômetros ao sul de Heidelberg, onde se localizam as instalações militares norte-americanas. Ele trabalhava num depósito de produtos químicos em Karlsruhe. A namorada dele, de 23 anos, era funcionária de um supermercado da base em Heidelberg. Um porta-voz do Eucon (Comando Europeu dos Estados Unidos), com sede em Stuttgart, disse que os chefes militares norte-americanos não haviam recebido nenhuma informação sobre ameaças à segurança das instalações militares e seu pessoal naquela região. A base em Heidelberg não ampliou seu esquema de segurança. Crianças brincavam tranqüilamente na área residencial, enquanto alguns soldados e oficiais corriam e faziam exercícios físicos. Nos Estados Unidos, o FBI (polícia federal norte-americana) confirmou a prisão de um afegão de 39 anos com passaporte alemão em Alexandria, perto de Washington, por suspeita de integrar a organização Al-Qaeda. Ele deixou Hamburgo há dois meses, dizendo que ia visitar parentes nos Estados Unidos. As autoridades policiais alemãs estão investigando as atividades do suspeito no país e realizaram buscas no apartamento dele, mas se recusaram a dar detalhes. Confirmaram, no entanto, que estão redobrando a vigilância em torno de sedes diplomáticas e edifícios públicos para prevenir "surpresas desagradáveis" na passagem do primeiro aniversário dos atentados de 11 de setembro. Isso porque pelo menos três dos terroristas que atacaram o World Trade Center e o Pentágono passaram longo período em Hamburgo, antes de partir para os Estados Unidos - entre eles, Mohammad Atta, o líder do grupo suicida da Al-Qaeda. Em agosto, a Justiça alemã indiciou o marroquino Mounir al-Motassedek por cumplicidade no assassinato de mais de 3.000 pessoas em 11 de setembro. Preso em novembro, ele admitiu ter recebido Atta em seu apartamento de Hamburgo e também administrado a conta bancária de um dos terroristas suicidas.

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