WASHINGTON - Um homem que alegou ter uma bomba em uma caminhonete perto do Capitólio dos Estados Unidos se rendeu e foi levado sob custódia pela polícia nesta quinta-feira, 19, após um impasse de cinco horas. A operação paralisou uma seção de Washington e levou à retirada de pessoas e o isolamento de vários edifícios na capital, incluindo da Suprema Corte dos EUA, meses depois de uma insurreição mortal no Capitólio, em 6 de janeiro.
O chefe de polícia do Capitólio, Thomas Manger, disse a repórteres que o homem estacionou seu veículo em uma calçada em frente à Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos por volta das 10h15 (horário de Brasília) e disse a um oficial que o abordou que ele tinha uma bomba enquanto segurava o que parecia ser um detonador.
O homem, identificado pelos policiais como Floyd Ray Roseberry, de 49 anos, da Carolina do Norte, rastejou para fora do veículo e foi preso. A polícia disse que ainda não sabia quais eram as motivações do suspeito. Agentes do FBI negociaram a rendição. "Estamos tentanto obter a maior quantidade de informação possível para encontrar uma maneira de resolver isso de maneira pacífica", disse Manger, mais cedo.
Vários carros da polícia e ambulâncias foram vistos nos arredores do perímetro do Capitólio, equanto oficiais e agentes do FBI inspecionavam a região. Uma fonte policial dos EUA disse que a presença de explosivos, porém, ainda não tinha sido confirmada.
Um vídeo transmitido ao vivo no Facebook parecia mostrar um homem falando dentro de uma caminhonete estacionada na calçada da Biblioteca. "A revolução está acontecendo, está aqui", disse o homem. "Estou tentando falar com o (presidente dos Estados Unidos) Joe Biden pelo telefone." A polícia não disse se o vídeo foi feito pelo suspeito.
A sede do Comitê Nacional do Partido Republicano, que fica perto, também foi esvaziado e a estação de metrô Capitol Hill foi fechada por precaução. “A Casa Branca está monitorando a situação e recebendo atualizações”, disse um funcionário do governo Joe Biden.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, disse que foi informada sobre a situação e anunciou que a polícia da capital federal estava cooperando com outras forças presentes.
Tanto o Senado quanto a Câmara dos Deputados estão em recesso, mas há assessores e assistentes trabalhando nos gabinetes dos legisladores. "Minha equipe e nosso prédio perto do veículo foram esvaziados com segurança", tuitou o legislador democrata Raja Krishnamoorthi.
O complexo do Capitólio está sob forte segurança desde o ataque de 6 de janeiro por partidários do ex-presidente republicano Donald Trump, que procuraram evitar a certificação da eleição de Biden. E, em 2 de abril, um policial foi morto e outro ferido quando um jovem dirigiu seu carro contra um posto de controle que protegia a entrada, antes de ser morto. /AFP e REUTERS