Polícia australiana investiga suspeitas de transferência de dinheiro no caso do cardeal Pell

No início de outubro, um jornal italiano revelou que 700 mil euros teriam sido transferidos para a Austrália para reunir provas contra o ex-secretário de Economia do Vaticano, que foi absolvido em abril

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Por AFP
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SIDNEI - A polícia australiana está investigando uma grande quantia de dinheiro supostamente transferida para a Austrália por um rival do cardeal George Pell com o objetivo de condená-lo em um caso de abuso sexual de menores.

No início de outubro, um jornal italiano revelou que 700 mil euros (R$ 4,6 milhões) teriam sido transferidos para a Austrália para reunir provas contra o ex-secretário de Economia do Vaticano, que foi absolvido em abril. Uma porta-voz da Polícia Federal confirmou na quarta-feira que as informações sobre as acusações foram repassadas à agência anticorrupção do estado de Victoria, onde fica Melbourne, cidade da qual Pell era arcebispo.

Cardeal George Pell, ex-número três do Vaticano, foi absolvido de todas as cinco acusações de abusos sexual após apelação à Suprema Corte da Austrália Foto: AFP/Alberto PIZZOLI

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No início de outubro, o jornal italiano Corriere della Sera relatou que Giovanni Angelo Becciu, rival do cardeal australiano no Vaticano, estaria supostamente por trás de um complô para caluniar Pell. No entanto, o artigo não especifica quem seriam os beneficiários desses pagamentos. Becciu negou veementemente qualquer interferência no julgamento do cardeal.

No final de setembro, Becciu, que foi um dos cardeais mais influentes do Vaticano, foi demitido pelo Papa Francisco sob suspeita de "desfalque" em favor de sua família.

George Pell, 79, foi condenado em dezembro de 2018 por agredir sexualmente dois coroinhas em 1996 e 1997 na Catedral de Melbourne, onde era arcebispo. Em abril, Pell, que negou sistematicamente as acusações, foi absolvido em apelação pela mais alta corte da Austrália. O cardeal enfrenta uma ação civil pendente contra ele pelo pai de um ex-coroinha que morreu em 2014./AFP

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