Polícia britânica deixa escapar 2 suspeitos de terrorismo

Fuga dos suspeitos considerados perigosos provocou fortes críticas da oposição

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Por Agencia Estado
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A polícia britânica procura dois suspeitos de terrorismo que estavam sob vigilância especial por ordem do governo, segundo revelou a imprensa. As autoridades perderam a pista de um deles, um iraquiano. Há dois meses ele conseguiu burlar a vigilância dos agentes encarregados da vigilância. Desde então, ninguém sabe onde ele está. Nem a Scotland Yard nem o Ministério do Interior conseguiram explicar como deixaram escapar um indivíduo considerado pelas autoridades tão perigoso que estava submetido às polêmicas "ordens de controle" de movimentos e comunicações. O outro suspeito, um britânico de 25 anos, saiu há duas semanas de uma unidade psiquiátrica londrina, fugindo por uma janela. A polícia não sabe se ele está escondido no Reino Unido ou se conseguiu sair do país Segundo o jornal The Guardian, o britânico é supostamente membro de uma célula da rede terrorista da Al-Qaeda no país. Um agente antiterrorista disse que há perigo de que o segundo fugitivo possa participar de atividades terroristas no Reino Unido. Embaraço A notícia é embaraçosa para o governo. Especialmente para o ministro do Interior, John Reid, que se responsabilizou pelo ministério em meio a um escândalo sobre a libertação de presos Estrangeiros. Na segunda-feira à noite, o secretário do Ministério do Interior, responsável pela polícia, Tony Paul McNulty, afirmou que o governo não tinha dado detalhes sobre a fuga dos dois suspeitos porque a legislação antiterrorista impede revelar suas identidades. McNulty descartou a possibilidade de que qualquer um deles possa promover um ataque terrorista. Ele explicou que os serviços de segurança foram alertados. Segundo fontes antiterroristas citadas hoje pelo jornal, o homem que fugiu da unidade psiquiátrica do hospital de West Middlesex tinha integrado uma célula britânica que planejava ir ao Iraque para atacar as forças da coalizão. O suspeito permaneceu detido vários meses no Paquistão, onde, segundo sua versão, foi torturado. Após retornar à Grã-Bretanha, passou a ter seus movimentos controlados pelo Ministério do Interior. No entanto, seus amigos disseram que o assédio da polícia britânica causou nele uma doença grave. Por isso, precisou ser internado em setembro na unidade psiquiátrica, de onde fugiu uma semana depois. "Ele sofreu um colapso nervoso por culpa da pressão das autoridades. Achava que estava sendo continuamente perseguido", disse ao jornal um amigo do fugitivo. A fuga de dois suspeitos considerados perigosos pelo Ministério do Interior provocou fortes críticas por parte da oposição. O conservador David Davis disse que o governo tinha justificado as chamadas "ordens de controle" pela necessidade de "proteger o público de terroristas potencialmente perigosos" mas, no entanto, deixou escapar dois dels. O liberal Nick Clegg criticou as ordens de controle por "causar um curto-circuito" no processo legal e "manter os suspeitos num limbo".

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