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Polícia chinesa expõe prostitutas detidas e causa polêmica

Vestidos com brilhantes camisas amarelas e máscaras que cobriam rostos até os olhos, detidos foram obrigados a desfilar pelas ruas da cidade; espetáculo atraiu mil

Por Agencia Estado
Atualização:

O "desfile público" de 100 prostitutas, cafetões e clientes organizado pela Polícia da cidade de Shenzhen, no sul da China, para dar exemplo aos cidadãos, reabriu a polêmica sobre os métodos policiais no país. Segundo a imprensa local, o fato aconteceu na semana passada. A Polícia da localidade, na província de Cantão, deteve numa batida cerca de 100 prostitutas, cafetões e clientes, e decidiu expor os detidos ao público. Vestidos com brilhantes camisas amarelas e máscaras que cobriam seus rostos até os olhos, os detidos foram obrigados a desfilar pelas ruas da cidade. O espetáculo atraiu mil pessoas, e muitas aplaudiram, segundo o jornal China Daily. A polícia deu os nomes, idades e locais de origem dos detidos. A Administração municipal ainda não comentou o caso, segundo o jornal, que publica fotos do polêmico espetáculo. A polícia alegou que "só o Comitê Permanente da Assembléia Nacional Popular (ANP, legislativo) tem direito de falar sobre os aspectos legais", depois de vários advogados denunciarem a iniciativa como ilegal. Yao Jianguo enviou um pedido à ANP alertando que a medida é ilegal e que afetará negativamente a reputação do governo chinês na comunidade internacional. Para o advogado, os suspeitos de qualquer delito só podem ser punidos após declarados culpados. Alguns cidadãos também protestaram, afirmando que a dignidade dos detidos deveria ter sido respeitada e que a polícia deveria encontrar outras medidas para acabar com a prostituição, que é ilegal na China. Outros, no entanto, consideraram a medida correta e disseram que é a única forma de ensinar prostitutas e cafetões. Não é a primeira vez que a polícia chinesa recorre a medidas desse tipo. Recentemente, outra cidade do sul da China expôs publicamente vários supostos delinqüentes detidos após uma campanha contra o crime.

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