Polícia de Bogotá acusa Farc de assassinar senadora

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Por Agencia Estado
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A senadora colombiana Martha Catalina Daniels, do Partido Liberal, foi assassinada a tiros, com outras duas pessoas que a acompanhavam, no sábado em uma área rural perto de Bogotá, informou hoje, a polícia colombiana, que atribuiu o crime ao movimento rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "Os primeiros dados apurados pelos investigadores indicam que o ataque foi obra dos guerrilheiros da Frente 22 das Farc que operam na região e em ocasiões anteriores haviam entrado em contato com a parlamentar", informou o coronel Alvaro Sandoval, chefe de polícia do departamento (província) de Cundinamarca, do qual Bogotá é a capital. Segundo Sandoval, aparentemente a senadora saiu de Bogotá no sábado pela manhã sem escolta para tentar negociar com as Farc a libertação de várias pessoas seqüestradas pelo grupo rebelde quando seu carro foi interceptado na estrada perto da localidade de Zipacón, 40 quilômetros ao norte de Bogotá. Junto com Martha foram assassinados seu motorista, Carlos Lozano, e Ana Medina, mulher de um comerciante seqüestrado há vários meses pela guerrilha, informou a polícia. Cada um dos corpos apresentava "tiros de misericórdia" na cabeça e sinais de tortura, revelou o coronel Sandoval. Os cadáveres foram encontrados no sábado no fundo de uma ribanceira de 50 metros. O prefeito de Zipacón, Bernardo González, disse crer que os três foram assassinados em outro local e depois levados para a ribanceira, já que camponeses da região encontraram os corpos depois de terem seguido rastros de sangue. Martha era uma polêmica senadora que esteve no centro de importantes debates sobre corrupção desde 1995. Alegando ter recebido ameaças da guerrilha, a senadora se ausentou vários meses da Colômbia, reassumiu suas funções legislativas no ano passado, mas optou por não tentar a reeleição. A Colômbia realizará eleições parlamentares no domingo que vem e presidenciais, em 26 de maio. A ruptura de diálogo com as Farc não alterou a intenção de voto dos colombianos. Segundo uma pesquisa de opinião divulgada hoje pelo jornal de Bogotá El Tiempo, o candidato presidencial direitista Alvaro Uribe continua em primeiro lugar, com 59,5% dos votos. Uribe, dissidente do Partido Liberal, contava com 53% de apoio dos eleitores em outra pesquisa divulgada em 14 de fevereiro. Uribe aumentou em cerca de 20 pontos porcentuais sua vantagem sobre o liberal Horacio Serpa, que agora conta com 24% da preferência do eleitorado. A independente Noemí Sanín e o líder de esquerda, Luis Eduardo Garzón, têm 5,1% e 1,2%, respectivamente, segundo a pesquisa do instituto Napoléon Franco. A candidata independente Ingrid Betancourt, seqüestrada há dez dias por um comando das Farc, aparece com apenas 0,7% das intenções de voto. Com relação às eleições parlamentares, alguns candidatos e líderes políticos disseram hoje não haver garantias para realizar eleições limpas devidos às violentas pressões de guerrilheiros de esquerda, paramilitares de direito e subornos do narcotráfico. No entanto, o presidente Andrés Pastrana garantiu que as eleições parlamentares serão realizadas no próximo domingo em meio a um severo plano de segurança.

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