SEUL - A polícia da Coreia do Sul acusou ontem hackers norte-coreanos de atacar quatro corretoras de bitcoin no país entre julho e agosto. Por meio de e-mails maliciosos enviados a funcionários dessas financeiras, diz a investigação, os espiões conseguiram obter uma quantia não informada da criptomoeda, que se valorizou1.500% este ano e chegou a ser cotada a US$ 17 mil na semana passada.
+ Criptomoeda lançada por Maduro nasce com eficácia contestada
É razoável dizer que trata-se de um valor grande”, disse Bryce Boland, especialista da empresa de segurança FireEye, com sede em Cingapura.
Bitcoins são criptomoedas que vivem em servidores de computador e são “mineiradas” por meio de complexas operações matemáticas das máquinas. Não são reguladas por nenhum banco central e nem possuem lastro.
Especialistas dizem que por estar fora do controle de entidades financeiras estatais, a moeda digital tem aumentado seu apelo junto à Coreia do Norte, alvo de sanções da ONU e dos Estados Unidos por seu programa nuclear. Além disso, o bitcoin não requer registro de identidade para ser negociada e os pagamentos são anônimos e feitos on-line.
Segundo Boland, os hackers já podem rapidamente ter trocado rapidamente os bitcoins em outras criptomoedas menos conhecidas para tornar o furto difícil de ser rastreado. “As transações podem ser feitas rapidamente e o dinheiro torna-se quase impossível de ser rastreado”, disse.
+ Venezuelanos recorrem à mineração de bitcoins para fugir da inflação
A Coreia do Norte nega envolvimento com ataques hackers, mas recentemente tornou público o interesse por bitcoins. No mês passado, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang organizou uma palestra sobre a criptomoeda com um especialista.
“Muitas perguntas excelentes foram feitas sobre o funcionamento do bitcoin, seus riscos e as medidas para garantir sua segurança”, disse em nota a escola de elite. / AP