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Polícia dispersa bloqueios de rua em Caracas

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia metropolitana de Caracas dispersou - usando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo - manifestantes da oposição ao presidente Hugo Chávez que bloqueavam duas importantes avenidas da capital venezuelana. Atravessando seus carros na pista, grupos de manifestantes antigoverno começaram a bloquear as principais vias de acesso a Caracas pela manhã. Os bloqueios nessas avenidas, dissolvidos à força, se mantinham até depois das 13 horas locais, quando os demais grupos já tinham aberto quase todas as outras vias. Ao mesmo tempo, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, advertiu a oposição de que o governo não admitirá nenhum tipo de marcha de protesto nos arredores do Palácio de Miraflores, sede da presidência. "Impediremos qualquer marcha opositora dirigida a Miraflores", disse Cabello. "O palácio é uma área de segurança e em nenhuma parte do mundo se aceita que uma marcha opositora chegue à sede do governo." Líderes da oposição planejam para amanhã ou sexta-feira uma manifestação gigantesca, que chamam de "a tomada de Caracas", com marchas partindo de quatro pontos da capital na direção do palácio do governo. Cabello afirmou que, se os setores da oposição insistirem no protesto, os manifestantes terão o caminho bloqueado por barricadas e serão repelidos pela força policial. Cabello, um dos mais influentes integrantes do gabinete de Chávez, também acusou emissoras de TV e jornais privados de estarem aliados a um plano golpista da oposição, acrescentando que a administração chavista está disposta "a resistir às ações de seus inimigos". O ministro ainda criticou a estratégia oposicionista de bloquear avenidas e estradas na tentativa de paralisar o país. Em entrevista ao jornal ?El Nacional?, o general do Exército Raúl Baduel, comandante da IV Divisão Blindada e homem-chave na hierarquia das Forças Armadas, afirmou que os militares poderão intervir na crise venezuelana se a violência "se generalizar no país". Baduel acrescentou que desde o início da greve geral, no dia 2, tem recebido vários telefonemas de opositores pedindo que lidere um golpe. "Nos preocupa muito a possibilidade de que se desencadeie aqui um processo de violência que não faria nenhum bem ao país. Tomara que isso não aconteça", declarou. "Nesse caso, não se descartaria a hipótese de as Forças Armadas intervirem."

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