LONDRES - Neste sábado, 26, a polícia britânica informou que ainda não é possível ter a confirmação da identidade dos 39 mortos encontrados dentro de um caminhão em Essex, na Inglaterra, na quarta-feira, 23. O motorista, de 25 anos e procedente da Irlanda do Norte, foi detido por acusação de assassinato. De acordo com a investigação, o caminhão saiu da Bulgária e entrou no Reino Unido por Holyhead, um porto na costa oeste do país que faz conexão por balsa na Irlanda.
De acordo com a agencia AP, a policia afirmou qua ainda levará um tempo até a descoberta efetiva da identidade das vítimas. Inicialmente, acreditava-se que as vitimas eram chineses. No entanto, agora há suspeita de que ao menos parte deles eram vietnamitas. Existe a suspeita de que os passaportes chineses eram falsificados, fato que dificulta o processo de reconhecimento.
Na capital inglesa, a embaixada vietnamita divulgou um número de contato para ajudar famílias que acreditam que seus entes queridos podem ter sido vítimas de contrabando humano. O governo vietnamita também anunciou sua própria investigação sobre as mortes.
Rota migratória
Nos últimos anos, muitos imigrantes tentaram entrar no Reino Unido escondidos em caminhões ou em embarcações que atravessam o Canal da Mancha. Diante do reforço das operações de controle da polícia na costa do estreito que separa o Reino Unido do continente europeu, a Irlanda se tornou o país de trânsito nas rotas dos traficantes de pessoas por sua fronteira aberta com o país.
De acordo com a polícia britânica o reboque do caminhão chegou aproximadamente às 23h30 (19h30 em Brasília) de segunda-feira a Purfleet, porto do Tâmisa, procedente de Zeebrugge, Bélgica, enquanto a cabine partiu da Irlanda do Norte.
As autoridades também confirmaram o emplacamento do veículo na Bulgária em 2017, mas afirmaram que o veículo não retornou ao país desde então. "Não há conexão, apenas com as placas", disse o primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov.
A tragédia motivou pedidos de combate aos traficantes de seres humanos. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou o ocorrido uma "tragédia inimaginável"./ AFP e AP