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Polícia dos EUA identifica casal suspeito de matar 14 pessoas na Califórnia

O americano de origem iraniana Syed Rizwan Farook e a paquistanesa Tashfeen Malik eram casados; massacre ocorreu em um centro de tratamento de pessoas com deficiência em San Bernardino

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Por Redação
Atualização:

SAN BERNARDINO, CALIFÓRNIA (atualizado às 21h00) - O FBI confirmou nesta quinta-feira a identidade do casal que abriu fogo na quarta-feira contra um centro de tratamento de deficientes em San Bernardino, na Califórnia, matou ao menos 14 pessoas e feriu 21. O crime está sendo investigado como um caso de terrorismo.

O americano de origem iraniana Syed Rizwan Farook, de 28 anos, e a mulher dele, a paquistanesa Tashfeen Malik, de 27 anos, foram mortos pela polícia. Fontes ligadas à investigação disseram que Farook, que é muçulmano, aparentemente passou por um processo de radicalização após uma viagem para a Arábia Saudita.

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Bombeiros prestam assistência a feridos em ataque em San Bernardino, na Califórnia Foto: REUTERS/NBCLA.com

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O presidente Barack Obama disse que é possível que o massacre tenha relação com o terrorismo internacional, mas a Casa Branca pediu à população que evite chegar a conclusões precipitadas. “Ainda não sabemos os motivos para esse crime terrível”, disse Obama. “É possível que tenha relação com terrorismo, mas ainda não sabemos. Também é possível que tenha algo a ver com o ambiente de trabalho.”

O chefe da polícia de San Bernardino, Jarrod Burguan, disse que Farook nasceu nos EUA e participou de uma celebração no Centro Regional Inland, uma agência de serviços sociais onde trabalhava. Ele deixou a festa e voltou pouco depois para abrir fogo contra os convidados. Investigadores do FBI cumpriram um mandado de busca em uma casa onde o casal vivia e encontraram cerca de 3 mil balas e 12 bombas caseiras.

Os dois suspeitos vestiam roupas militares camufladas e portavam fuzis de assalto e granadas, afirmou Burguan, acrescentando que uma terceira pessoa foi detida, mas ainda não se sabe se esta teve algum envolvimento no massacre.

Buscas. A força-tarefa antiterrorista do FBI apreendeu dois fuzis – AR-15, segundo testemunhas – e duas pistolas no local do crime e tentava na noite de ontem identificar a origem deles. De acordo com investigações, as quatro armas foram compradas legalmente, mas não no nome de Farrok ou Malik. “Seja qual for o resultado da investigação, uma coisa é clara: violência como essa não tem lugar nesse país”, disse a secretária de Justiça Loretta Lynch.

Segundo a rede de TV CNN, Farook teria entrado em contato com suspeitos de radicalismo islâmico monitorados pelas autoridades americanas. De acordo com o jornal The New York Times, Farook conheceu a mulher em um site de encontros e viajou duas vezes para a Arábia Saudita, para conhecer a família de Malik e depois para casar com ela. Ele teria viajado em outra ocasião para a Arábia Saudita para participar da peregrinação, mas não estava claro exatamente quando.

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Farook foi criado na Califórnia e a polícia disse que o casal entrou junto nos EUA em julho de 2014. Malik estava viajando com um passaporte paquistanês com um visto do tipo K-1, criado para que noivas possam entrar nos EUA para se casar com um americano. Farook entrou com um pedido de green card para Malik dentro dos 90 dias de validade do visto.

Dias antes do ataque, segundo uma colega de trabalho, Farook discutiu sobre religião com Nicholas Thalasinos, judeu, de 52 anos, que foi morto pelo casal. Durante a discussão, Farook queixou-se de que “os americanos não entendiam o Islã”.

“Por que ele faria isso? Por que ele faria algo assim? Não tenho absolutamente nenhuma ideia. Eu mesmo estou em choque”, disse um cunhado de Farook, Fahan Khan. O casal tinha um bebê de 6 meses, que foi deixado na manhã de quarta-feira na casa dos pais dele. / NYT e WP

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