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Polícia egípcia invade ONGs apoiadas pelos EUA

Por SHERINE EL MADANY E MARWA AWAD
Atualização:

Promotores e policiais egípcios ocuparam nesta quinta-feira as sedes de 17 entidades de promoção da democracia e dos direitos humanos, incluindo várias ONGs financiadas pelos Estados Unidos. Ativistas disseram estar sendo vítimas de perseguições pela junta militar do Egito. O Departamento de Estado norte-americano disse que as ações são "inconsistentes com a cooperação bilateral que temos mantido ao longo de muitos anos", sugerindo que sua continuidade pode levar a uma suspensão da ajuda militar anual de 1,3 bilhão de dólares dada por Washington ao Cairo. A Alemanha disse que vai convocar o embaixador egípcio para prestar esclarecimentos. Grupos de direitos humanos, importantes nos protestos que derrubaram o presidente Hosni Mubarak em fevereiro, se mostram cada vez mais críticos com relação à brutalidade do Exército no trato com manifestantes, e pedem pressa dos militares na transição para um governo civil. A agência estatal de notícias Mena disse, com base em informações do Ministério Público, que os grupos foram alvo de uma investigação sobre o financiamento estrangeiro a ONGs, e que algumas delas funcionam irregularmente. Entre os grupos invadidos estão os escritórios locais do Instituto Republicano Internacional e do Instituto Nacional Democrata, ambos com sede nos Estados Unidos. Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado, salientou que a ajuda financeira ao Egito depende de "exigências de relatórios e transparência ... que temos (o governo) de fazer ao Congresso". "O governo egípcio está bem ciente disso, e certamente precisa estar ciente disso no contexto de quão rapidamente o assunto será resolvido", afirmou ela, acrescentando que os EUA estão em contato com as autoridades egípcias para expressar sua preocupação. Recentemente, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, fez declarações contundentes contra a "degradação sistemática" de mulheres agredidas por policiais durante protestos neste mês no Cairo, em que 17 pessoas morreram. Tal situação, segundo Hillary, "desgraça o Estado". (Reportagem adicional de Yasmine Saleh e Patrick Werr; de Christian Ruettger, em Berlim; e de Andrew Quinn, em Washington)

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