(Atualizada às 14h25) PARIS - Um homem foi morto a tiros nesta quinta-feira, 7, em uma Delegacia de Polícia do 18º Distrito de Paris. A pessoa portava uma faca, estaria equipada com uma mala com fios à mostra e teria gritado "Allahu akbar (Deus é o maior)" no momento em que teria atacado policiais por volta do meio-dia (9 horas pelo horário de Brasília).Após inspecionar o local, a polícia afirmou que o homem vestia com falso colete de explosivos.
Ferido a tiros, ele não resistiu e morreu. A existência de um segundo envolvido está sendo investigada. Se a natureza terrorista do ataque se confirmar, esse terá sido perpetrado exatamente um ano após o ataque à redação da revista satírica "Charlie Hebdo", de deixou 12 mortos.
O ataque ocorreu no bairro de Goute D'Or, na zona norte de Paris. Segundo as informações iniciais divulgadas pelo Ministério do Interior, uma equipe de cabos-armeiros foi enviada ao local e afirmou que o colete de explosivos era falso. Toda a região foi isolada pelos policiais, que tinham armas nas mãos em posição de guarda. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, também foi para a região para acompanhar os desdobramentos das investigações.
O homem morto pela polícia também carregava "um papel com a bandeira do Estado Islâmico" e uma "reivindicação manuscrita inequívoca" em árabe, afirmou o procurador François Molins, em comunicado. O procurador afirmou que, em razão da descoberta desses itens, a seção antiterrorismo da procuradoria de Paris foi encarregada da investigação do caso.
A França lembra nesta quinta-feira o primeiro aniversário do atentado jihadista ao Charlie Hebdo, data de luto e de preocupação para as forças de ordem em Paris. Há um ano, a redação do jornal Charlie Hebdo foi atacada, em uma ação que deixou 12 mortos no local, entre os quais dois policiais - um que fazia a segurança dos jornalistas, outro que foi executado pelos dois terroristas.
O presidente, François Hollande, fez referência a esse aniversário na manhã desta quinta em discurso na Prefeitura de Paris perante as forças de segurança. O evento também serviu para oferecer detalhes sobre as iniciativas de seu governo, incluído o projeto de lei que será apresentado oficialmente em fevereiro e endurece o Código Penal contra o crime organizado e o terrorismo.
Paris está em estado de urgência desde 14 de novembro do ano passado, dia seguinte a outros atentados que deixaram 130 mortos na capital. O policiamento continua desde então reforçado por soldados das Forças Armadas.