O navio humanitário Sea Watch, com 40 imigrantes resgatados no Mediterrâneo, entrou no porto italiano de Lampedusa e sua capitã, Carola Rackete, foi imediatamente detida, informou à AFP a ONG responsável pela operação.
Rackete "acaba de ser detida", disse Ruben Neugebauer, porta-voz do Sea Watch, na madrugada deste sábado, 29. O porta-voz acrescentou que os 40 emigrantes permanecem a bordo do navio, já atracado no cais.
O diretor da ONG, Johannes Bayer, escreveu no Twitter: "estamos orgulhosos da nossa capitã, que fez o era necessário, insistiu no direito marítimo e colocou estas pessoas em um ambiente seguro".
Rackete havia ignorado o bloqueio do seu navio nas águas territoriais italianas imposto pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, de extrema direita.
O próprio Salvini solicitou publicamente a prisão de Rackete e do restante da tripulação do Sea Watch por ajudar a imigração clandestina, assim como o sequestro do navio.
Inicialmente, a polícia marítima ordenou que o navio detivesse seu progresso quando se encontrava a uma milha náutica do porto. Durante a sexta-feira, Rackete manteve contato permanente de vídeo com jornalistas em Roma, quando denunciou uma situação "incrivelmente tensa" a bordo do Sea Watch, repleto de imigrantes.
"Neste momento a situação é incrivelmente tensa, e está piorando a cada momento (...). É muito difícil psicologicamente para todos", declarou Rackete, de 31 anos.
Na quinta-feira, personalidades italianas haviam visitado o navio e o político Riccardo Magi declarou que os imigrantes "não podiam passar mais um dia" naquela "situação insustentável". / AFP