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Polícia londrina prende sétimo suspeito em caso de ricina

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia de Londres anunciou nesta quarta-feira a detenção de um sétimo suspeito no caso da descoberta de traços de ricina, uma toxina letal, em um apartamento da cidade. A Polícia Metropolitana de Londres informou ter prendido ontem um homem de 33 anos, cuja identidade não foi revelada, em Wood Green, na zona norte da capital britânica. Ele está detido numa delegacia no centro de Londres. A polícia não forneceu mais nenhum detalhe. No último domingo, investigadores detiveram seis homens originários do norte da África numa propriedade, em Londres, onde foram detectados traços de ricina, um alcalóide extraído da mamona e uma das mais letais toxinas conhecidas. A apreensão ocorreu durante uma operação policial realizada no domingo, na qual várias casas foram investigadas. Médicos de toda a Grã-Bretanha foram colocados em alerta sobre qualquer sinal de que alguma pessoa possa estar envenenada pela toxina, duas vezes mais letal que o veneno de cobra. Não existe antídoto conhecido contra a ricina, que causa sintomas parecidos com o da gripe comum, se inoculada ou ingerida. A vítima morre em poucos dias. Todos os homens foram detidos com base na Lei Antiterrorismo. No entanto, nenhum deles foi oficialmente indiciado até o momento. De acordo com a Scotland Yard, os seis primeiros suspeitos são originários do norte da África. A força policial, porém, recusou-se a revelar a identidade deles e não confirmou, nem negou, reportagens segundo as quais eles seriam argelinos. A polícia não forneceu pistas sobre a possível origem do sétimo suspeito. A ricina tornou-se conhecida após sua utilização, em 1978, no assassinato do dissidente búlgaro Georgi Markov, em Londres. Markov foi morto por um agente da conexão búlgara da polícia política soviética, a KGB, que inoculou nele uma ínfima quantidade do veneno, por meio de uma agulha disfarçada na ponta de um guarda-chuva. Em novembro de 2001, o jornal britânico The Times informou ter encontrado numa casa abandonada no leste do Afeganistão - que teria sido usada pelo milionário saudita Osama bin Laden - instruções para a fabricação de ricina. "Luvas e máscaras são essenciais para se fabricar a ricina", diz um documento reproduzido na época pelo jornal. "O período entre a contaminação e a morte dura de três a cinco dias, no mínimo, e entre quatro a 14 dias, no máximo." Um porta-voz do governo britânico informou que os serviços secretos não têm dados sobre como o veneno seria usado. "Não temos relatos que apontem para nenhuma ameaça direta", disse a fonte, que pediu para não ter seu nome publicado. "Trata-se de uma toxina natural, usada principalmente como arma biológica", explicou o biólogo Richard Sullivan. "Mas nunca foi utilizada como arma de destruição em massa." A secretária de saúde pública de Londres, Sue Atkinson, aconselhou as pessoas a não ficarem assustadas. "Foi encontrada apenas uma pequena quantidade da substância e é muito difícil sua utilização como arma de destruição em massa", garantiu ela à BBC. O governo britânico divulgou nos últimos meses uma série de advertências sobre a possibilidade de um atentado dentro de seu território, ressaltando que a Grã-Bretanha está no "topo da lista" de alvos potenciais por causa de seu apoio irrestrito à luta antiterror liderada pelos EUA.

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