Polícia mata e identifica suspeito de atentados terroristas na Dinamarca

Forças de segurança localizaram Omar al-Hussein, dinamarquês de origem árabe suspeito de matar 2 em atentados no sábado em um apartamento no centro de Conpenhague

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Por ANDREI NETTO
Atualização:

PARIS - A polícia da Dinamarca identificou ontem o suspeito de ter realizado os dois atentados em Copenhague no sábado. Omar al-Hussein, de 22 anos, dinamarquês de origem árabe, já tinha histórico de criminalidade antes de matar duas pessoas em um centro cultural e uma sinagoga da capital. Ele foi morto pela polícia na madrugada de ontem. A premiê dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, qualificou os atentados como "atos terroristas cínicos", que põem seu país na rota dos recentes atentados na Europa. A identidade do agressor foi divulgada pela rede dinamarquesa TV2 e pelo jornal Ekstra Bladet. O jovem já teria sido preso por atos violentos e porte ilegal de armas, mas ainda era incerto se ele teve passagens por campos de treinamento de grupos terroristas no Oriente Médio (mais informações nesta página). A Dinamarca é um dos países que mais sofrem com a emigração de jovens para as frentes de conflito na Síria e no Iraque. Hussein foi abatido durante o cerco da polícia a um apartamento nas imediações da estação de trens de Norrebro, no centro de Copenhague. Após resistir à prisão, o suspeito abriu fogo contra as forças de segurança, mas acabou atingido. Ele tinha sido localizado graças ao testemunho de um taxista que o havia transportado após abandonar o Volkswagen Polo que conduzia durante o primeiro ataque. Em seguida, Hussein foi filmado por câmeras de vigilância. As imagens orientaram a polícia. "Acreditamos que o mesmo homem foi autor dos dois ataques", afirmou Torben Moelgaard Jensen, porta-voz da polícia. De acordo com as primeiras investigações, Hussein seria um "lobo solitário". O primeiro ataque ocorreu por volta das 15h30 de sábado, contra o café e centro cultural Krudttonden ("barril de pólvora", em dinamarquês), a 3,7 quilômetros do centro de Copenhague. No local acontecia a conferência "Arte, blasfêmia e liberdade", que debatia o atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, em 7 de janeiro, em Paris. Participava do evento em Copenhague o historiador de arte e cartunista sueco Lars Vilks, autor de charges com Maomé, em 2007, que desde 2010 vive sob proteção policial em razão de ameaças de islamistas. Esse ataque resultou na morte do diretor de cinema dinamarquês Finn Norgaard, de acordo com veículos de imprensa local. Três policiais ficaram feridos. O segundo atentado, contra a sinagoga de Krystalgade, ocorreu perto da meia-noite. O centro religioso estava sob proteção policial. O vigia Dan Uzan, judeu, de 37 anos, foi morto. O agressor não conseguiu entrar no prédio. As autoridades dinamarquesas desconfiam que Hussein quis imitar os ataques em Paris.

Polícia divulga imagem de suspeito de ter realizado o ataque em Copenhague Foto: AP
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