PUBLICIDADE

Polícia mexicana detém ''rei da heroína''

'Don Pepe', o maior traficante para os EUA, levava 200 kg por mês da [br]droga para a Califórnia; 41 presos fogem na fronteira norte do México

Por CIDADE DO MÉXICO
Atualização:

A polícia federal mexicana deteve ontem no Estado de Michoacán, oeste do país, o megatraficante José Antonio Medina, conhecido também como "Don Pepe" e "Rei da Heroína". A prisão ocorreu no mesmo dia em que 16 pessoas foram assassinadas na guerra entre cartéis no norte do México, perto da fronteira com os EUA.Medina, de 36 anos, seria o responsável por um complexo esquema que transportava, mensalmente, 200 quilos de heroína entre a cidade mexicana de Tijuana e a Califórnia. O traficante era ligado ao cartel La Família, segundo o delegado da divisão antinarcóticos responsável por sua prisão, Ramón Pequeño."Medina era considerado pelos EUA o maior traficante de heroína para o território americano", disse Pequeño. A droga era vendida em Los Angeles. Cada carregamento de 200 quilos rendia cerca de US$ 16 milhões.Autoridades americanas afirmam que o consumo de heroína nos EUA se manteve estável ou até mesmo recuou nos últimos anos. O centro de exportação da droga, contudo, migrou da Colômbia - onde a quantidade e a qualidade da heroína têm decaído - para o México, cujo território foi tomado pelos cartéis.Um relatório do Departamento americano de Justiça, divulgado ontem, revelou que os cartéis mexicanos se tornaram ainda mais poderosos no último ano e intensificaram o tráfico de maconha, cocaína, heroína e meta-anfetamina para os EUA. O estudo concluiu que o narcotráfico custa, por ano, US$ 215 bilhões aos cofres de Washington e reafirmou que o México representa a maior ameaça.Fuga em massa. Em meio ao aumento dos sinais de fracasso da "guerra às drogas" de Washington, ontem escaparam 41 presos de uma penitenciária da cidade mexicana de Matamoros, cidade vizinha a Brownsville, no Texas. A maioria dos fugitivos era condenada por narcotráfico.Autoridades mexicanas desconfiam da cumplicidade de guardas da prisão na fuga em massa. O diretor da penitenciária, Jaime Cano, estaria sendo investigado. O Estado de Tamaulipas, onde fica Matamoros, é palco de uma guerra entre os cartéis de Los Zetas e do Golfo. / AP E REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.