CARACAS - Manifestantes opositores se enfrentaram nesta quinta-feira, 6, com agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) em Caracas, durante um protesto contra o governo Nicolás Maduro. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar a marcha, que seguia na estrada Francisco Fajardo. Na manifestação, estavam vários deputados da maioria opositora no Parlamento.
Os confrontos começaram quando a mobilização, que reuniu 5 mil pessoas, mudou de rota para se dirigir até o centro da cidade e foi impedida de avançar por uma barreira montada pelos militares. Os opositores se concentraram na altura do bairro de Altamira, segundo o plano original. Mas dirigentes como o ex-candidato à presidência Henrique Capriles pediram que se mobilizassem até a Defensoria do Povo, localizada em uma área histórica.
Eles pretendiam pedir respaldo junto a esse órgão para o processo iniciado pelo Parlamento contra sete magistrados do Tribunal Supremo de Justiça. “Capriles está procurando por mortos para incendiar o país”, denunciou o dirigente governista Freddy Bernal.
No setor de El Recreo, a militarizada Guarda Nacional colocou grandes caminhões com os quais formou uma barreira, bloqueando a estrada. Também lançaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos de águas para dispersar a multidão, mas os manifestantes, muitos deles com os rostos cobertos, responderam com pedras.
O governo costuma impedir qualquer mobilização opositora até o centro da capital, que o chavismo considera seu reduto e onde se concentram as sedes dos poderes públicos.
Asilo. O governo do Chile informou hoje que concederá asilo a "um político venezuelano" da oposição que atualmente está na residência de seu embaixador em Caracas se ele o pedir, informou o ministro das Relações Exteriores chileno, Heraldo Muñoz.
Na quarta-feira, Roberto Enriquez e Eduardo Vetancourt, membros do Partido Social Cristão (Copei), de oposição, entraram na residência do embaixador chileno em Caracas e pediram proteção de seu governo. Não ficou claro de imediato se Muñoz se referia a Enriquez, a Vetancourt ou a ambos.
Mais cedo nesta semana, o vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, acusou a dupla de conspirar para derrubar o presidente Maduro. / AFP, EFE e REUTERS