Polícia ucraniana mata líder de extrema direita em Kiev

Corporação diz que Muzichko reagiu ao ser preso; deputado independente alega que ele foi 'morto a sangue frio'

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Por Redação
Atualização:

KIEV - O coordenador do Pravy Sektor, partido radical da extrema direita na Ucrânia, Alexander Muzichko, morreu na madrugada desta terça-feira, 25, após ser ferido em um tiroteio com a polícia de Kiev, informou o vice-ministro de Interior do país, Vladimir Yevdokimov.

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Muzichko era um dos líderes mais violentos do movimento ultranacionalista que se transformou em braço armado das manifestações que derrubaram o governo de Viktor Yanukovich em fevereiro.

Segundo o vice-ministro, Muzichko atirou contra a polícia quando estava prestes a ser detido. "O tiro disparado por ele atravessou os óculos do agente e a bala ficou presa em seu capacete. O policial ferido disparou contra as pernas do fugitivo. Depois, durante a prisão, houve resistência e foram ouvidos disparos. Ele morreu na ambulância."

Pouco antes das informações da polícia, o deputado ucraniano Oles Doniy escreveu em seu perfil do Facebook que Muzichko tinha sido assassinado a sangue frio. "Dois carros bloquearam a passagem de seu veículo. O jogaram no chão com as mãos algemadas atrás das costas e lhe deram dois tiros no coração", escreveu o deputado independente.

A polícia, que ia prender Muzichko como suspeito de participar de um grupo armado, capturou outros três membros do Pravy Sektor e apreendeu um fuzil Kalashnikov e uma pistola.

Muzichko ficou famoso na Ucrânia e na Rússia depois que apareceu na internet em vários vídeos. Em um deles, o ativista aparecia com um fuzil nas mãos e intimidava os deputados da assembleia regional da cidade de Rivne. Em outro, era mostrado agredindo, ameaçando e humilhando o promotor dessa região.

A Procuradoria-Geral da Ucrânia abriu uma ação penal contra Muzichko, mas não chegou a prendê-lo, nem a apresentar uma acusação formal contra ele.

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Já a Justiça russa emitiu uma ordem de busca e captura internacional contra Muzichko como suspeito de vários assassinatos e torturas durante as duas guerras da Chechênia (1994-2000). O Comitê de Instrução da Rússia acusava o líder de extrema direita de ter assassinado pelo menos 20 soldados russos que eram mantidos como prisioneiros por guerrilheiros chechenos em 2000.

No sábado 22, o congresso de fundação do partido Pravy Sektor elegeu Dmitri Yarosh como líder da legenda política e o nomeou como candidato às eleições presidenciais de 25 de maio. Yarosh também é procurado pela Justiça russa, que o acusa de incentivar atos terroristas e extremistas contra Moscou.

O Pravy Sektor foi a principal força de choque dos manifestantes nos enfrentamentos que ocorreram em fevereiro em Kiev e é uma organização que agrupa vários grupos de extrema direita, entre os quais, membros de torcidas organizadas de times de futebol./ EFE

 

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