Polícia usa a força para dispersar eleitores no Zimbábue

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia do Zimbábue fechou postos de votação hoje e usou golpes de bastão e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os eleitores - apesar de a Suprema Corte ter estendido a eleição presidencial por um terceiro dia, mesmo com a oposição do governo. Enquanto a polícia disparava para o ar diante do centro eleitoral de Glen Norah, periferia de Harare, para dispersar cerca de 600 eleitores que aguardavam na fila, eles começaram a cantar: "Mudança, mudança, queremos votar!" Alguns centros de votação abriram com cinco horas de atraso na capital e muitos nem chegaram a abrir. Observadores eleitorais estrangeiros impediram a polícia de fechar a sessão eleitoral do distrito de Kuwadzana, em Harare, 45 minutos antes do horário previsto. O opositor Movimento pela Mudança Democrática, Morgan Tsvangirai, acusando o presidente zimbabuano Robert Mugabe de fraude, apresentou hoje um novo recurso legal para estender as eleições presidenciais por um segundo dia extra - a votação deveria ter sido realizada no sábado e domingo. O líder opositor alegou que Mugabe estava tentando fraudar as eleições ao impedir os eleitores de votar. Acusado de alta traição, por supostamente planejar o assassinato do presidente, Tsvangirai disse hoje a seus partidários que se algo acontecer com ele deverão prosseguir com a luta para tirar Mugabe do poder. A embaixada dos EUA em Harare informou hoje que quatro diplomatas norte-americanos, incluindo dois observadores, foram detidos por cinco horas pela polícia, o que qualificou de clara violação das convenções diplomáticas. Os EUA têm liderado os protestos contra Mugabe e ameaçaram ampliar as sanções contra a elite governante se os resultados eleitorais forem fraudados.

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