Pólio está perto de desaparecer

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Por Agencia Estado
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A poliomielite, ou paralisia infantil, está perto de ser erradicada no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3 mil casos da doença foram registrados em 2000, o que representa apenas 1% do total de 1988, quando o projeto de erradicação começou. A estimativa da OMS é de que a pólio desaparecerá até 2005. A doença é causada por um vírus que ataca principalmente crianças menores de 3 anos. "Uma vez no sistema nervoso humano, o vírus pode causar a paralisia em questão de horas", explica um especialista da OMS. Atualmente, a doença está em 20 países, entre eles Índia, Paquistão e Nigéria. Há 12 anos, 125 países registravam casos de pessoas infectadas pelo vírus da pólio. Um dos principais problemas para a erradicar a doença é a falta de infra-estrutura para uma vacinação ampla nesses 20 países. Em dez deles, guerras prejudicam o trabalho. De fato, não são pequenos os obstáculos para acabar com os casos que restam no mundo. O projeto da OMS, embora tenha conseguido resultados expressivos durante a década de 90, não conta com recursos suficientes para a erradicação até 2005. Desde 88, US$ 2,5 bilhões já foram gastos com o projeto. Mas, segundo cálculos da organização, cerca de US$ 1 bilhão seriam ainda necessários para erradicar o vírus. Para piorar a situação o preço da vacina registrou aumento de 30% nos últimos três anos. O valor atual da dose, que chegou a custar menos de US$ 0,07, é de US$ 0,09. A OMS ainda citou o Brasil como o principal "campo de testes" para a estratégia de erradicação da doença. Segundo especialistas, foram as estratégias usadas no País no início dos anos 90 que possibilitaram um melhor planejamento de como acabar com a paralisia infantil. "O Brasil ensinou ao mundo como erradicar a pólio", afirma o especialista da OMS. Em 1988, o Brasil estava no grupo dos países de risco, ou seja, onde o vírus não estava controlado. Hoje, a OMS sequer menciona o Brasil como um potencial foco da doença. Desde a descoberta da vacina oral de vírus vivo contra a pólio pelo cientista Albert Sabin, no início da década de 60, o País empenhou-se em estar em dia no combate à doença. O próprio Sabin teve participação decisiva na definição de estratégias de vacinação e prevenção. Visitou o Brasil por diversas vezes e chegou a ser consultor oficial do Ministério da Saúde no ano de 1980. As "gotinhas" criadas por Sabin substituíram a vacina Salk, aplicada por injeção. Isso facilitou a massificação da imunização.

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