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Políticos suíços sugerem asilo para Saddam

Por Agencia Estado
Atualização:

Políticos e personalidades públicas da Suíça defendem que o país receba Saddam Hussein para um exílio ?voluntário?. O tema está dominando a imprensa do país, e os que defendem a idéia acreditam que essa seja uma das melhores maneiras para evitar a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Segundo vários políticos suíços, nos anos 60 e 70 o país recebeu um número significativo de ditadores e líderes corruptos que decidiu se exilar na Suíça para evitar (ou em seguida a) um golpe de Estado ou uma crise institucional. Governos da Etiópia, a família real da Itália, Laos e Haiti, entre outros, já passaram seus últimos dias no país alpino. No caso do Iraque, portanto, o exílio de Saddam não seria algo inédito na história da Suíça. Berna ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas o governo do cantão de Valais já anunciou que estaria pronto para receber Saddam. O Valais é uma das regiões mais conservadoras da Suíça, conhecida por sua produção de vinho. Até mesmo personalidades estrangeiras estariam apoiando a idéia. Um deles é Bernard Kouchner, ex-ministro da Saúde da França e fundador da ONG Médicos sem Fronteiras. Para ele, o país desempenharia uma função fundamental no esforço de paz. "Ajudar a colocar fim a um conflito, mesmo que seja oferecendo asilo a um ditador, é o que se pode chamar de neutralidade ativa da Suíça", afirma um político de Genebra. Mas quem não está gostando da história é a população suíça. Em uma recente pesquisa feita no país, 55% dos entrevistados disseram que se opõem ao exílio de Saddam no território suíço. Entre as mulheres, o grau de oposição é maior, 58%. Já os homens estão divididos: 50% são a favor e os outros 50%, contra. A reação popular tem uma explicação: os suíços estão cansados de ver seu país sempre envolvido com ditadores e com corruptos que, sem outro lugar para ir, escondem suas famílias e suas fortunas na Suíça.

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